O Governo zimbabweano está a elaborar um plano para possibilitar a devolução, a milhares de fazendeiros brancos, das terras que lhes foram violentamente retiradas entre 2000 e 2001, noticiou, ontem, a BBC.
Na altura, o então Presidente Robert Mugabe, ordenou a expropriação das terras que estavam ocupadas por fazendeiros brancos, entregando-as a antigos combatentes negros, com o argumento de que não estavam a ser cumpridos os acordos de Chantam House, assinados com o Reino Unido, por ocasião da proclamação da Independência do Zimbabwe.
A partir daí, o país africano entrou numa fase de declínio económico motivado pelas sanções impostas por numerosos países europeus como forma de protesto para com essa política de expropriação. Esta semana, de acordo com a BBC, o Governo do Zimbabwe emitiu uma nota a dizer que esses fazendeiros poderão, agora, requerer a devolução dessas terras.
Além de alguns zimbabweanos, centenas desses fazendeiros são europeus, a maioria naturais da Holanda, Inglaterra e Alemanha. Numa declaração conjunta assinada pelos ministros das Finanças e da Agricultura, o Governo assinala a vontade de devolver algumas dessas terras e de proceder a reparações financeiras, como forma de compensar os fazendeiros pelos prejuízos acumulados com a ocupação das terras por força do programa criado por Robert Mugabe.
Sem prazo limite para terminar, esta disponibilidade do Governo zimbabweano era uma exigência da Europa e dos Estados Unidos para procederem ao levantamento conjunto das sanções impostas há mais de duas décadas e que contribuíram para que o país mergulhasse num profundo abismo económico.