Há muito que se sabia que Xi Jinping iria continuar no poder na China, quiçá eternamente, mas só este domingo o homem mais poderoso no país desde Mao Tsé-Tung foi reconduzido oficialmente como secretário-geral do Partido Comunista Chinês, dando início a um terceiro mandato de cinco anos.
Nomeado após uma reunião como o novo Comité Central do Partido, escolhido no Congresso que chegou ao fim este sábado, Xi Jinping agradeceu a confiança depositada pelos delegados partidários e prometeu trabalho para estar à altura das responsabilidades e das expectativas do povo chinês.
A nova hierarquia coloca Li Qiang como o novo número dois do partido e o mais que provável sucessor de Li Keqiang como primeiro-ministro. A escolha do autarca de Xangai após o caos vivido na cidade chinesa durante o confinamento forçado, motivado pela covid-19, mostra que Xi Jinping valoriza acima de tudo a lealdade.
Os sete novos elementos do Comité Permanente, todos homens, são vistos como aliados do líder chinês, um cenário que se repete no novo Comité Executivo. O politburo de 24 elementos também é 100% masculino (o que não acontecia há 25 anos) e também está repleto de lealistas.
O surpreendente afastamento do antigo Presidente Hun Jintao, no encerramento do Congresso, é visto como prova de um país que fala cada vez mais a uma só voz: a de Xi Jinping.