Recentemente, Will Cathcart, líder do WhatsApp, revelou que a aplicação de mensagens poderá começar a exibir anúncios. Esta informação surge semanas depois de Cathcart ter negado rumores publicados pelo Financial Times sobre a possibilidade de a empresa, propriedade da Meta, adicionar publicidade.
A garantia de um espaço livre de anúncios
Cathcart garantiu, em entrevista a uma publicação brasileira, que a caixa de entrada principal do WhatsApp permanecerá livre de publicidade. No entanto, os utilizadores poderão começar a ver anúncios em locais como a página de Status e nos Canais.
Ele sublinhou a ideia de que colocar anúncios na caixa de entrada não seria apropriado, pois quando as pessoas a abrem, geralmente não querem ver publicidade.
A estratégia por trás da decisão
Apesar de não haver anúncios na caixa de entrada, Cathcart indicou que outras áreas do serviço de mensagens, como os Canais ou a página de Status, poderiam ser mais adequadas para a publicidade. Estes espaços poderiam incluir subscrições pagas ou ser exclusivos para membros que pagam, ou os proprietários dos Canais podem querer promover os seus serviços.
A ideia de integrar anúncios no WhatsApp não é nova; já em 2018, a Meta tinha planos para adicionar publicidade na página de Status, mas essa iniciativa foi abandonada em 2020, possivelmente devido à impopularidade da estratégia.
Polémica e preocupações
Esta decisão levanta questões sobre a privacidade e a experiência do utilizador, especialmente considerando que Brian Acton, cofundador do WhatsApp, se mostrou contra a ideia de encher a aplicação com anúncios numa entrevista de 2018 à Forbes.
Ainda não está claro como o WhatsApp planeia introduzir anúncios sem se tornar um incómodo ou que dados serão utilizados para direcionar os anúncios, dado que as conversas no serviço são encriptadas de ponta-a-ponta.
Cathcart não confirmou uma data específica para a introdução de anúncios no WhatsApp, nem detalhou como será feita a gestão para que não se tornem intrusivos. Assim, resta aguardar para ver como a plataforma equilibrará esta nova estratégia de receita com a experiência dos seus utilizadores.
Por Vitor Urbano