Os vendedores do novo mercado municipal de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire, condicionaram hoje, sábado, a sua afixação naquele espaço comercial, a transferência dos armazéns e câmaras frigoríficas ainda existentes no antigo mercado, localizado no bairro 11 de Novembro.
Ouvidos pela Angop, os comerciantes do circuito informal justificaram a sua permanência no antigo mercado, baptizado com nome de “praça da corrida”, a proximidade aos armazéns grossistas e câmaras frigoríficas que fornecem os produtos perecíveis que comercializam.
Alegaram ainda a questão de distância e dificuldades para a transportação da mercadoria dos locais onde são adquiridos para o novo mercado municipal da Bela Vista, que dista a cerca de cinco quilómetros a norte da cidade.
Maria Mpanzo, vendedora, apontou a escassez de clientes no novo mercado como motivo que a desmotiva comercializar seus produtos no local.
“A administração deve obrigar os agentes grossistas a transferirem seus armazéns para o novo mercado da Bela Vista, para que os clientes não passem a andar de baixo para cima para a aquisição dos produtos”, pediu.
A interlocutora justificou que, com a aproximação dos armazéns e câmaras frigoríficas não haverá necessidade de os vendedores voltarem ao antigo mercado a céu aberto que nem oferece condições condignas para o exercício da actividade comercial.
Por sua vez, Benvindo Manuel, também comerciante, queixou-se, igualmente, da ausência de clientes na praça da Bela Vista, que alegam distância do centro da cidade.
Defendeu também a ideia da transferência dos armazéns e câmaras frigoríficas para o local, frisando que essa medida incentivaria os vendedores a afixarem-se definitivamente neste espaço e a atracção de mais clientes.
Cristina Zau, cliente, concorda com a transferência de todos os vendedores ao mercado da Bela Vista, que considera reunir melhores condições de higiene e saneamento básico, assim como os estabelecimentos grossistas.
O mercado da Bela Vista, construído em 2015, no âmbito do programa de investimentos públicos (PIP) do governo local, comporta duas naves com a capacidade de mil bancadas e 17 lojas.
Detém, ainda, duas estruturas destinadas ao fabrico de gelo, igual número de espaços para a colocação de câmaras frigoríficas, cinco armazéns, currais para suínos e caprino, uma capoeira, posto de primeiros socorros, balneários, área administrativa, entre outros serviços.
Mbanza Kongo tem uma população estimada em 155 mil e 174 habitantes distribuídos em cinco bairros: Sagrada Esperança, Álvaro Buta, Martins Kidito, 4 de Fevereiro e 11 de Novembro.
A Angop tentou ouvir responsáveis da Administração Municipal de Mbanza Kongo sobre a problemática, mas todos os esforços foram gorados.