A UNITA, o maior partido na oposição, sugeriu esta terça-feira o levantamento da cerca sanitária na província de Luanda, pelo facto de haver vários casos positivos em quase todas as províncias do país.
“Entendemos que já não faz sentido continuarmos sob cerca sanitária e termos muita gente a perder o emprego, quando já temos casos positivos em quase todas as províncias do país”, disse o secretário provincial da UNITA em Luanda, Manuel Ekuikui.
O político falava à imprensa, no final de um encontro que a governadora provincial de Luanda, Joana Lina, teve com os representantes dos partidos políticos sedeados na capital do país.
Segundo o também deputado, a cerca sanitária está a criar muitos constrangimentos à população de baixa renda e até de alta renda, porque os empresários estão a fechar as empresas por não haver circulação em Luanda.
Manifestou-se também preocupado com a actuação dos grupos de vigilância, vulgo apitos, criados no distrito urbano do Sambizanga que, a seu ver, agem por excesso e retiram a competência da Polícia Nacional na prevenção e no combate ao crime.
Felicitou, entretanto, a governadora pela aproximação com as lideranças políticas na província de Luanda, a quem desejou “muita força” na sua missão de dirigir os destinos desta província, com aproximadamente seis milhões de habitantes.
“Compreendemos que os recursos são poucos, mas quando existe vontade é possível fazer melhor para o nosso povo. Enquanto partidários temos a responsabilidade de ajudar a governadora contribuindo com ideias eficazes para melhorar a gestão de Luanda”, expressou.
Já o representante do MPLA, Victor Nataniel Narciso, considerou frutífero o encontro com a governadora Joana Lina.
Segundo o político, a governante manifestou disponibilidade em ouvir as preocupações das pessoas. “Está aberta às críticas, com a ajuda de todos é possível fazer alguma coisa para Luanda”.
Reconhece que Luanda não é uma praça fácil, “tem muitos problemas, agora agravados com a pandemia da Covid-19 e nós, MPLA, estamos de braços dados com a governadora para podermos tornar Luanda uma praça boa para se viver”.
Em relação aos grupos de vigilância criados no distrito urbano do Sambizanga, Nataniel Narciso informou que a governadora tomou boa nota e prometeu solucionar o problema.
“Ela ouviu falar que há excessos na actuação desses integrantes e a solução seria adequar essa necessidade ao funcionamento das brigadas de vigilância comunitária, que são completamente diferentes”, observou.
Quanto ao levantamento da cerca sanitária em Luanda, que está a dificultar principalmente e área económica e social, o representante do MPLA pede ponderação na questão.
Disse igualmente haver grande “pressão” das igrejas para que retomem as suas actividades, “mas isso tudo tem que ser bem visto e ponderado para que não se descambe numa situação que temos estado a ver noutros países ao tentar-se abrir-se flancos”.
Disse que o MPLA está a favor do retorno das aulas, mas desde que sejam criadas todas as condições de biossegurança.
Por outro lado, o secretário provincial de Luanda do PRS, Novais Samungole, solicitou a melhoria das condições de segurança na cidade de Luanda, que se vê, nos últimos tempos, a braços com altos índices de criminalidade.
Carlos Muondo, da FNLA, por seu turno, solicitou mais atenção à população de Icolo e Bengo que, a seu ver, está carente de quase tudo.