A UNITA, maior partido da oposição em Angola, ressaltou, esta quinta-feira, a necessidade de uma profunda reflexão sobre as bases e pressupostos em que assentaram os precedentes que vieram a culminar com o Memorando de Entendimento do Luena.
De acordo com uma nota do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, em alusão ao 4 de Abril, Dia da Paz e Reconciliação Nacional, longe de se celebrar apenas mais uma data do calar das armas, torna-se imperioso esta reflexão, com vista à paz efectiva e duradoura, que são factores imprescindíveis na construção e consolidação de um verdadeiro Estado Democrático de Direito.
O partido saúda ainda todos os angolanos, especialmente os protagonistas do Governo e da UNITA, bem como os que directa ou indirectamente contribuíram para essa conquista.
No documento, rende ainda homenagem aos homens e mulheres de Angola que deram as suas vidas por esta nação e pelo seu povo.
Refere que, apesar da vigência da paz no país, há 17 anos, a direcção da UNITA constata e lamenta o facto de o calar das armas não se reflectir ainda na condição social e económica de muitas famílias, havendo aquelas que se confrontam com elevados índices de pobreza, agravados pelo desemprego que afecta a juventude e os ex-militares, em particular.
Por este facto, considera fundamental assinalar que o processo de reconciliação nacional exige a assunção de responsabilidades a que as partes signatárias se obrigam a cumprir escrupulosamente.
Refere ainda na nota que a celebração de mais um ano de paz remete-nos, uma vez mais, para a reflexão de que a paz social passa, inevitavelmente, pela boa governação, com a adopção de políticas públicas viradas efectivamernte para a resolução dos problemas candentes das famílias e das suas comunidades.
A UNITA considera também que a construção de um Estado Democrático de Direito garante o exercício de outras formas de governação, como é a implementação das autarquias locais, vocacionadas para a maior proximidade do cidadão na gestão da coisa pública e para o desenvolvimento sustentável das respectivas comunidades de forma a evitarem-se assimetrias regionais acentuadas, e permitindo a harmonia da sociedade e a realização da paz social.