Principal partido da oposição convocou Sílvia Lutucuta para falar sobre a situação da Covid-19 em Angola
A UNITA diz esperar pelo “bom senso” do Governo de Angola para permitir que a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, seja ouvida pela Assembleia Nacional sobre o estado actual da Covid-19 no país e se ainda se justifica a cerca sanitária na capital, Luanda.
O principal partido da oposição pretende também saber dos procedimentos de testagem e quantidades de testes, bem como o programa de vacinação dos cidadãos.
O seu grupo parlamentar submeteu ao presidente da Assembleia Nacional um ofício neste sentido e no qual afirma esperar que o pedido de audição “tenha um tratamento célere em função da sua relevância”.
O “ministro da Saúde” do Governo sombra da UNITA, Maurílio Luyela, disse à VOA que a audição visa “aferir a exactidão dos actuias dados sobre a pandemia no país” que afirma estarem “na contramão do que se está a passar em alguns países de África”.
Luyele considera que os dados actuais sobre a doença no país sugerem o levantamento das restrições impostas a Luanda, mas reconhece que a sugestão do seu partido possa encontrar o que chamou de “travões” por parte da direcção da Assembleia Nacional.
Também o analista Ilídio Manuel não acredita que a pretensão da UNITA venha a ser aceite por não ser prática do actual Executivo, liderado por João Lourenço.
“Se o fizesse isso daria azo a que outros auxiliares do Titular do Poder Executivo possam ser chamados ao Parlamento”, defendeu o analista, recordando a vigência de uma decisão do Tribunal Constitucional que proíbe a fiscalização da acção ao Governo por parte da Assembleia Nacional.
Entre outras preocupações, os deputados da UNITA querem também ser esclarecidos sobre o tipo de vacinas, as quantidades bem como os custos de aquisição .
A ministra da Saúde anunciou em Dezembro do ano passado que a primeira tranche de cinco milhões de vacinas contra a Covid-19 chegaria ao país este mês e sete milhões até Abril deste ano.
Angola, segundo a governante, vai ter acesso numa primeira fase à vacina da Pfizer, mas poderá vir a receber outras que estão em fase final de estudo e têm pedido de autorização, como as russas e chinesas, “desde que haja certificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e entidades congéneres, com garantia de que serão eficazes e trarão menos efeitos colaterais”.