De acordo com a Angop, as 857 mil 443 pessoas afectadas pela seca que assola a província do Cunene desde Outubro de 2018 vão contar com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que está a mobilizar recursos financeiro e técnico para o efeito.
Num encontro, realizado quarta-feira, em Ondjiva, com o governo do Cunene, a representante adjunta da Unicef em Angola, Patrícia de Sousa, disse que o objectivo é trabalhar com as autoridades locais para definir linha de actuação e intervenção no âmbito do plano de emergência de combate à seca, de modo que os apoios a serem mobilizados atendem realmente as necessidades da população.
Informou que a acção da Unicef resume-se em definir metas onde a organização possa contribuir na implementação nas acções traçadas no plano de emergência para responder e mitigar os efeitos da seca em relação às crianças, sobretudo nos sectores da saúde, educação, água e saneamento básico, justiça e protecção da criança.
Já a vice-governadora do Cunene para o sector político, Económico e Social, Suraya Mateus Kalongela, disse que todo o apoio é necessário, numa altura em a seca tem causado muito sofrimento no modo de vida da população, sobretudo as que vivem em zonas rurais.
Para além das pessoas, a seca no Cunene afecta ainda um milhão e 100 mil cabeças de gado de várias espécies, tendo causado a morte de 26 mil e 267 animais, entre gado bovino, caprino e suínos.
A situação comprometeu também a presente campanha agrícola na província, que previa colher 180 mil toneladas de cereais diversos nos 205 mil hectares.
Segundo dados da UNICEF, em 2018, esta organização garantiu o acesso a água a 16 mil e 500 pessoas, através da reabilitação e instalação de 30 pontos de águas e bombas manuais em províncias do país afectados pela seca.
No domínio do de Saneamento Total Liderado pela Comunidades, segundo o relatório dos dados de 2018, 75 mil e 278 pessoas estão livres de defecação ao ar livre, um projecto que envolve 143.827 pessoas.
Relativamente à desnutrição infantil, as acções da Unicef permitiram o rastreio de 32 mil e quatro crianças dos zeros aos cinco anos, destas três mil foram tratadas.