A notícia do desaparecimento físico do repórter fotográfico Paulino Damião, aliás, Cinquenta colheu-nos de surpresa. Embora soubéssemos da doença que o corroía a olhos vistos e disfarçada pela sua natural bonomia, nada fazia prever o pior. Até que a notícia que não estávamos à espera, acabou por nos surpreender. Cruel e dolorosa.
O Paulino Damião ausentou-se do nosso convívio, deixando a todos nós o choque, as lágrimas de reconhecimento da sua forte personalidade, a nível profissional e dimensão humana.
O Cinquenta nunca se furtou ao trabalho. Tinha sugestões para assuntos fora da agenda e sentia uma especial predilecção para as reportagens na sua amada metrópole, que era a região de Nambuangongo, com muitos episódios da guerra, da repressão colonial e outros, que contava de cor e salteado.
Guardaremos sempre na memória a figura que foi enquanto cidadão e profissional da comunicação social, designadamente as Edições Novembro, proprietária do Jornal de Angola, onde debitou parte significativa dos seus registos fotográficos e exclusivos que soube preservar num arquivo pessoal, muito em especial da sua Chicala, onde adquiriu um terreno e construiu o seu lar, com sacrifícios mil e o orgulho da sua condição de chefe de família.
Com muita saudade e elevado reconhecimento do seu carácter solidário e profissional de primeira água que foi teremos sempre no Cinquenta o modelo do amigo, colega e camarada que fica plasmado nos nossos corações com elevada estima e consideração.