O ABP, um fundo de pensões dos Países Baixos (Holanda), e um dos maiores do mundo, vai desfazer-se das participações que detém em várias empresas de petróleo, gás e carvão até ao primeiro trimestre de 2023
Um dos maiores fundos de pensões do mundo, o ABP, que gere as contribuições sociais da administração pública e professores, na Holanda, anunciou que vai vender todas as suas participações em empresas ligados aos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) até ao primeiro trimestre de 2023.
As participações do fundo em cerca de 80 empresas representam actualmente quase 3% dos activos do ABP, calculados em 528 mil milhões de dólares.
Este desinvestimento significa que o fundo deixará de ter participações na Royal Dutch Shell, o centenário gigante petrolífero holandês.
A causa de tudo isto: as alterações climáticas e uma aceleração necessária da transição energética.
A ABP está, de qualquer modo, e talvez isso também tenha sido determinante, ameaçado por uma acção legal na Holanda sobre seus investimentos em combustíveis fósseis, mesmo que o responsáveis do fundo já tenham vindo dizer que o desinvestimento em energias fósseis nada tem a ver com este processo legal.
No entanto, Rob Bauer, professor de finanças da Universidade de Maastricht, disse que a decisão do ABP foi “muito surpreendente”, e questionou se o facto do fundo deixar de ter uma palavra nessas empresas sobre descarbonizado “ajudará na luta contra as mudanças climáticas?”.
A decisão da ABP segue-se ao anúncio, em Setembro, do CDPQ, outro fundo de pensões, desta vez o segundo maior fundo de pensões do Canadá, de que iria alienar até ap final do ano de 2022, o seu portfólio de participações no sector petrolífero, estimado em cerca de 400 mil milhões de dólares.