Estudantes universitários no Uíge vão manifestar-se no sábado, 19, em solidariedade com os professores que se mantêm em greve em todo o país.
A manifestação está a ser organizada pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), que já anteriormente realizou actividades semelhantes noutras partes do país.
Entrevistas pela VOA, vários estudantes manifestaram o seu desagrado com a continuação da greve e responsabilizam o Governo por não atender às exigências dos professores e estudantes.
Almeida Paulo diz que a greve está a impedir os estudantes de atingirem as suas metas traçadas para este ano escolar.
“Não estamos a conseguir fazer trabalhos em grupo, nem a entrega de projectos, muitos também estão a aguardar credenciais e neste momento os departamentos encontram-se fechados”, lamenta Almeida Paulo.
Outro estudante, Domingos Moniz, põe ênfase as consequências psicológicas que os estudantes estão a enfrentar com a paralisação das aulas, sublinhando este respeito a desmoralização dos alunos
O membro do sindicato dos professores da Universidade Kimpavita, Francisco Afonso, diz que a greve vai continuar enquanto não forem resolvidas as suas exigências sobre condições de trabalho e outras.
Entre elas conta-se a necessidade de se fazerem eleições locais dos reitores, frisou Francisco Afonso.
Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN) do Lubango avança com eleições
Entretanto, na Huíla, com ou sem acordo com o Governo está aberto desde segunda-feira, 14, as candidaturas para a eleição dos órgãos sociais da universidade pública com sede no Lubango, no âmbito dos processos eleitorais dos titulares singulares de gestão das universidades estatais.
O pleito eleitoral acontece em Abril , sendo os potenciais candidatos ao cargo de reitor os professores catedráticos e associados.
David Anjos, director do Gabinete de Tecnologias de Comunicação e Informação da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, (UMN), diz que a votação dos novos órgãos sociais é feita por conselhos que representam a população votante.
“Os conselhos são os órgãos no qual estarão representados uma percentagem de professores uma percentagem de estudantes uma percentagem de investigadores e são esses que em representação de toda a comunidade académica, vão então eleger o reitor”, explica.
O regresso deste processo, apesar de legal, é uma das exigências do caderno reivindicativo apresentado ao Governo pelo Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior, (SINPES).
O presidente da mesa da Assembleia-Geral do SINPES, António Nahambo, saúda as eleições naquela universidade que se esperam extensivas às demais ao fim de muitos anos.
O responsável garante que o sindicato vai acompanhar o processo.
“Esta atitude dos nossos colegas da Universidade Mandume Ya Ndemufayo é bem-vinda porque realmente é uma das nossas reivindicações”, afirma.
A Universidade Mandume Ya Ndemufayo tem seis unidades orgânicas, com realce para as faculdades de Economia, Medicina e Direito e duas no Namibe que deverão neste processo eleger os respectivos decanos e directores.
Para suceder a Orlando da Mata estão cogitados os nomes do actual vice-reitor cessante da UMN para a administração e gestão, Sebastião António, e actual director-geral do ISCED-Huíla, José Luís Mateus Alexandre.