Presença do vírus já havia sido confirmada em uma gata; transmissão entre humanos e animais é possível, mas o contrário ainda não foi confirmado
A (UFPR) Universidade Federal do Paraná confirmou a SARS-CoV-2 em dois cães de Curitiba, um da raça buldogue francês e um sem raça definida, segundo divulgado pela universidade nesta segunda-feira (24). Tratam-se dos primeiros casos confirmados da presença do novo coronavírus em cachorros no Brasil.
O primeiro caso do mundo foi confirmado no começo de março, em Hong Kong, quando um cachorro foi contagiado por sua dona. No Brasil, uma gata foi diagnosticada com o vírus em Cuiabá, no Mato Grosso. Ela foi infectada por seus donos, mas não apresenta sintomas da doença. O caso foi relatado pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
No caso do buldogue, seu tutor também testou positivo para a doença, segundo os pesquisadores. O cachorro, que dorme na mesma cama que o dono, apresentou secreção nasal no cão. “No segundo teste, o tutor negativou, mas o cão estava positivo, já com uma quantidade pequena de vírus no organismo. No segundo teste realizado com o buldogue no dia seguinte, o animal também negativou”, afirma o comunicado divulgado pela UFPR.
O tutora do cão sem raça definida também havia apresentado teste positivo para covid-19. Segundo a pesquisa, todos os seus quatros cães, que dormem com ela na cama, tiveram episódios de espirro, no entanto apenas um teve a presença do vírus confirmada. Por outro lado, todas as pessoas da casa contraíram a doença.
O professor Alexander Biondo, coordenador do estudo, afirmou, por meio do comunicado, que os dados serão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as amostras serão enviadas para confirmação no TECSA Laboratório Animal, para que sejam testadas em outro laboratorio de referência. Apesar dos primeiros resultados positivos, não existe nehum caso confirmado de cães e gatos transmissores do vírus ou com registro da doença covid-19.
“Animais podem se infectar pelo vírus SARS-CoV-2, inclusive cães e gatos, mas isso não se equivale a dizer que eles têm a doença ou são transmissores. Segundo estudos já publicados, gatos podem se infectar e transmitir para outros gatos, mas não há dados para cães”, disse o professor, no comunicado.
“O contato mais íntimo entre humanos e pets pode infectar os bichinhos, sendo indicado o distanciamento e o uso de máscara em caso de confirmação para tutores que testarem positivo”, completa a nota.