A União Europeia pediu à Turquia que reconsidere a decisão de reverter o estatuto de Santa Sofia de museu para mesquita, tendo sido este um dos temas analisados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, segunda-feira, em Bruxelas.
Mas mais do que o estatuto deste monumento em Istambul, o que agrava a tensão entre o bloco e a Turquia é a exploração de gás na zona oriental do mar Mediterrâneo.
Chipre acusa o governo de Ancara de violar as suas águas territoriais e tem o forte apoio da Grécia para pedir maior intervenção diplomática do bloco.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, deslocou-se, recentemente, à Turquia para falar deste tema e vai agora passar à fase para a qual foi mandatado pelos Estados-membros.
“Houve um amplo apoio para que eu, enquanto alto representante diplomático e vice-presidente da Comissão Europeia, explore outros caminhos que possam contribuir para diminuir as tensões e alcançar um entendimento sobre questões que estão a causar cada vez mais pressão nas relações entre a Turquia e a União Europeia. Além disso, vou preparar opções sobre medidas apropriadas para dar resposta aos desafios que enfrentamos por causa das acções da Turquia “, disse Borrell, em conferência de imprensa.
Essa lista de medidas e o ponto da situação serão analisados em Agosto, durante uma reunião dos ministros em Berlim, capital da Alemanha, país que têm a presidência da União.
A Grécia insistiu que não aceitará acções semelhantes junto da sua ilha de Creta, como tem sido ameaçado pela Turquia.
“Face ao nosso pedido, houve um amplo consenso para fazer esta lista de medidas, de potenciais sanções que permitiram à União Europeia responder de forma eficiente no caso da Turquia continuar a ter este comportamento infractor”, disse Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, em entrevista à euronews,
Por seu lado, a Turquia diz que está a defender os interesses dos turcos que vivem na parte administrada por Ancara na ilha de Chipre.
O governo de Erdogan também tem contra-atacado que as operações navais da União Europeia junto à Líbia estão a impedir a implementaçãao de um acordo de paz , mas o bloco comunitário alega que o objectivo é monitorizar o embargo de armas da ONU, por forma a diminuir violência naquele país do norte de África.