Os estados-membros da União Europeia chegaram a um compromisso difícil na quarta-feira para estender o comércio livre de tarifas com a Ucrânia por mais um ano, enquanto os agricultores de todo o bloco protestavam contra as importações de alimentos do país devastado pela guerra.
O acordo alcançado pelos embaixadores do bloco surge na sequência de um acordo provisório com o Parlamento Europeu na semana passada, que propunha o restabelecimento de tarifas sobre algumas importações de alimentos da Ucrânia em caso de excesso de oferta.
O acordo de compromisso estenderia o período de referência para os volumes de importação até ao segundo semestre de 2021, antes da invasão da Rússia, segundo pessoas familiarizadas com a decisão. A última proposta não inclui potenciais restrições ao trigo, apesar das exigências da França, Polónia e Hungria.
A prorrogação das chamadas Medidas Comerciais Autônomas, que ainda precisam ser aprovadas pelo Parlamento Europeu, permitiria a Kiev manter o acesso quase irrestrito ao mercado da UE após a atual data de expiração, 5 de junho.
Os Estados-Membros apoiaram geralmente uma prorrogação, mas alguns pressionaram para que o braço executivo da UE fornecesse salvaguardas para produtos como milho, aves, açúcar e ovos, caso as importações excedessem os volumes anteriores.
A extensão das medidas de comércio livre esteve no centro de alguns dos protestos de agricultores em toda a Europa nas últimas semanas, incluindo mais recentemente na Polónia e na Bélgica, juntamente com o aumento dos custos de produção e dos encargos administrativos.
O Ministro da Agricultura da Ucrânia, Mykola Solskyi, disse segunda-feira em Bruxelas que o debate sobre os cereais é mais político e menos uma questão comercial.