Ucrânia e Rússia regressam esta terça-feira à mesa das negociações, mas desta vez as conversações entre os dois países ocorrem em Istambul, na Turquia. Isto numa altura em que a Força Aérea ucraniana informou ter abatido 17 alvos aéreos “inimigos” nas últimas 24 horas, incluindo oito aviões e três helicópteros.
A Rússia e a Ucrânia “têm ambas preocupações legítimas” disse esta terça-feira o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, na altura da chegada dos negociadores dos dois países a Istambul, apelando ao fim do conflito.
“É preciso pôr termo a esta tragédia”, afirmou Erdogan.
“A paz irá beneficiar os vossos países e todos os outros. Têm responsabilidade histórica pelas decisões tomadas hoje”, afirmou o presidente turco. As declarações de Erdogan foram reproduzidas na conta de Twitter de um dos negociadores ucranianos, Mykhailo Podolak, que é também assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
As delegações da Rússia e da Ucrânia devem iniciar as negociações após uma recepção que decorreu hoje de manhã no Palácio Dolmabahçe, em Istambul.
Esta ronda negocial decorre depois das primeiras notícias publicadas nos Estados Unidos sobre o eventual envenenamento do oligarca Roman Abramovich, com nacionalidade russa, israelita e portuguesa, que está a tentar mediar negociações entre Moscovo e Kiev para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Negociações para a paz na Ucrânia.
Turquia é o palco para as conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. As delegações dos dois países já se encontram à mesa das negociações.
“Ninguém está a pensar usar” armas nucleares, diz o Kremlin
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afastou a possibilidade da Rússia usar armas nucleares durante a guerra na Ucrânia.
“Ninguém está a pensar usar” armas nucleares, disse Peskov em entrevista à estação de TV norte-americana PBS.
“Temos um conceito de segurança que afirma muito claramente que só quando houver uma ameaça à existência do Estado, no nosso país, podemos usar, e realmente vamos usar, armas nucleares para eliminar a ameaça à existência do nosso país”, acrescentou.
Afirmou também não ter dúvidas “de que todos os objectivos” de Moscovo da “operação militar especial na Ucrânia serão concluídos”.
Oito aviões e três helicópteros russos abatidos em 24 horas, diz Ucrânia
A Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia informou ter abatido 17 alvos aéreos “inimigos” nas últimas 24 horas, incluindo oito aviões e três helicópteros.
“A força aérea atingiu 17 alvos aéreos: oito aviões, três helicópteros, quatro veículos aéreos não tripulados [drones] e dois mísseis de cruzeiro”, pode ler-se numa publicação na rede social Facebook.
As Forças de Defesa Ucranianas “continuam a manter a defesa da cidade de Mariupol e defendem e dissuadem o avanço do inimigo na região de Chernihiv”, acrescentaram.