A ministra francesa da Europa e dos Negócios Estrangeiros esteve na Ucrânia, esta sexta-feira, onde reafirmou o apoio de França ao povo ucraniano. Em entrevista à RFI, a chefe da diplomacia sublinhou a necessidade de ajudar a Ucrânia a reconquistar o território perdido e apontou o dedo à Rússia que “violou todos os seus compromissos”.
Catherine Colonna, Ministra francesa da Europa e dos Negócios Estrangeiros esteve na Ucrânia, esta sexta-feira, 27 de Janeiro de 2023, onde reafirmou o apoio de França ao povo ucraniano.
Já em Bucareste, em entrevista à redacção romena e ucraniana da RFI, a chefe da diplomacia sublinhou a necessidade de ajudar a Ucrânia a reconquistar o território perdido, apontou o dedo à Rússia que “violou todos os seus compromissos” e não descartou uma possível julgamento de “quem deu ordem para invadir”, lembrando que chefes de Estado já foram julgados pelo TPI.
Questionada sobre o apoio da França à Ucrânia, a ministra ressalvou que se Paris se encontra do lado de Kyiv neste processo de reconquista da sua “independência, soberania e integridade territorial é “porque defendemos uma visão do mundo com valores, princípios do direito internacional e também porque defendemos os nossos interesses.” Catherine Colonna acrescentou que “se cada um decidir invadir o seu vizinho”, todo o mundo sofrerá.
“Infelizmente, o momento actual, é de armas. Estamos a ajudar a Ucrânia a defender-se e sabemos que, para que a Ucrânia consiga atingir nova etapa de diálogo – que já existiu, a que foi interrompido, – deve proceder-se a um equilíbrio de forças.” Todavia, tal decisão, sublinhou a ministra cabe exclusivamente à Ucrânia, que para o efeito deve ver a Rússia como um interlocutor de “boa-fé”. Insistindo que “até agora, Moscovo não mostrou disponibilidade para um diálogo produtivo, pelo contrário, violou sistematicamente todos os seus compromissos.”
Por isso mesmo, diz Colonna é, primeiro, necessário “estabelecer esse novo equilíbrio de poder, ajudar a Ucrânia a reconquistar o que precisa de reconquistar e depois esperar que, com base nisso, uma nova etapa possa começar.”
Sobre as possíveis sanções contra os responsáveis pela guerra, a ministra francesa defende que “não haverá paz duradoura, sem que a justiça seja feita. Nós estamos comprometidos nessa luta contra a impunidade. (…) É possível processar, não só, quem atirou e quem matou, como também quem deu a ordem, quem deu a ordem para invadir. Já aconteceu no passado. Chefes de estado já foram julgados pelo Tribunal Penal Internacional. Existem recursos legais possíveis e os responsáveis têm de ser punidos”, concluiu.