Presidente americano acusa “imprensa falsa” de aumentar impacto do ataque reconhecido por Mike Pompeo
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou minimizar a gravidade do ataque infomático massivo a várias agências americanas e empresas, atribuído pelo próprio secretário de Estado Mike Pompeo a agentes russos.
Após dias de silêncio, no Twitter, Trump disse que foi informado mas que o “ciberataque é muito maior na imprensa das notícias falsas do que na realidade.”
O Presidente levantou dúvidas sobre afirmações de Pompeo, que apontou o dedo a Moscovo.
“Rússia, Rússia, Rússia é o cântico prioritário quando algo acontece porque a imprensa está, principalmente por razões financeiras, com medo de discutir a possibilidade de que possa ser a China”, escreveu Trump.
O Presidente também sugeriu que a violação cibernética pode ter ter tido impacto na eleição presidencial de novembro, que ele perdeu para o ex-vice-presidente Joe Biden.
“Também poderia ter havido um golpe nas nossas máquinas de votação ridículas durante a eleição, que agora é óbvio que ganhei por muitos, tornando-se um constrangimento ainda mais corrupto para os EUA”, sublinhou.
Entretanto, altos funcionários do Governo americano, membros das agências de inteligência e legisladores alertaram para o perigo desse ataque que já consideram o maior da história sofrido pelos Estados Unidos.
Depois da imprensa ter relevado o ataque citando fontes das agências de segurança, o secretário de Estado Mike Pompeo veio a público no sábado apontar o dedo à Rússia, sendo assim a maior autoridade do Governo a admitir a interferência de Moscovo.
“Houve um esforço significativo para usar um programa de terceiros para introduzir essencialmente código dentro dos sistemas do governo dos Estados Unidos”, disse no programa televisivo The Mark Levin Show, acrescentando acreditar que “podemos dizer que está bastante claro que foram os russos que participaram desta actividade”.
O ataque atingiu também alvos no México, Espanha, Bélgica, Reino Unido, Canadá, Israel e Emirados Árabes Unidos, mas cerca de 80% dos afetados estão localizados nos Estados Unidos, afirmou o presidente da Microsoft Brad Smith.
“É certo que a quantidade e localização das vítimas continuará crescendo”, admitiu Smith, para quem “isso não é ‘espionagem como de costume’, inclusive na era digital”, mas evidencia um acto de imprudência que criou uma séria vulnerabilidade tecnológica para Estados Unidos e o mundo”.
John Dickson, da empresa de segurança Denim Group, disse que várias empresas do sector privado que poderiam ser vulneráveis lutam agora para reforçar sua a segurança, até o ponto de considerar inclusive reconstruir seus servidores e outros equipamentos.
Legisladores republicanos e democratas pediram uma reposta dura contra a Rússia, que já negou qualquer envolvimento.