Presidente dos Estados Unidos prometeu uma parada militar, com tanques, aviões de combate ao estilo soviético.
É a primeira vez nas últimas décadas que o presidente dos Estados Unidos decide protagonizar os festejos do 4 de julho, o dia da Declaração de Independência, assinada em 1776.
O dia, avança o CM, tradicionalmente celebrado por churrascos e fogo-de-artifício, vai contar com tanques de guerra, bombardeiros e uma parada militar na cidade de Washington. Donald Trump irá discursar junto ao Lincoln Memorial e haverá uma área exclusiva para a sua família, amigos – incluindo aliados políticos – e líderes militares.
“4 de julho em grande em D.C., ‘Fazer Continência à América’. O Pentágono e os nossos grandes Líderes Militares estão entusiasmados em fazer isto e mostrar ao povo Americano, entre outras coisas, a mais forte e mais avançada força armada no mundo. Sobrevoos incríveis e o maior fogo-de-artifício de sempre”, tweetou Donald Trump na passada terça, dia 2.
Exibição de força
No passado, os presidentes, democratas e republicanos, preferiram não ser o centro das atenções para que o evento seja apartidário e festejaram o dia na Casa Branca com piqueniques ou churrascos, fora a jogar golfe ou, até mesmo, a assistir à cerimónia de naturalização de novos cidadãos norte-americanos.
A exibição de força militar terá um objetivo mais doméstico do que internacional. “Há muito tempo que Donald Trump fala em fazer uma parada militar, disse-o pouco tempo depois de tomar posse”, diz à SÁBADO o professor de Estudos Políticos, Tiago Moreira de Sá, da Universidade Nova de Lisboa.
“Ele defende, desde a campanha eleitoral, que os EUA precisam de se rearmar, embora sejam de longe a maior potência mundial militar, porque o diferencial do poder militar relativamente aos principais competidores – a China e a Rússia – diminuiu”, explica.
Tanques e bombardeiros
A parada, que incluirá tanques de combate M1 Abrams, bombardeiros B-2, jatos de combate F-35 e F-22 e o helicóptero Marine One, terá um objetivo eleitoral. “Desde o início que Donald Trump prometeu que iria investir no orçamento de defesa e no reforço da capacidade militar. É isso que base eleitoral que o elegeu considera que o país deve fazer. Consideram que o Presidente tem o dever moral do garantir a segurança física e material dos norte-americanos”, diz o especialista.
“A sua base eleitoral considera que melhor forma para garantir essa segurança é através do reforço da capacidade militar. Estamos a entrar no período eleitoral e os republicanos perderam a maioria na Câmara dos Representantes nas midterms, por isso, Donald Trump precisa de grandes eventos que chamem pela sua base de apoio”, conclui Tiago Moreira de Sá.
A Casa Branca não revela os custos da festa. Mas em novembro passado, o Pentágono cancelou uma parada militar porque os custos estimados atingiam os 80 milhões de euros. Sabe-se apenas que o Serviço de Parques Nacionais, responsável pelo National Mall onde se irá realizar o evento, irá desviar cerca de 2,2 milhões de euros destinados para a recuperação dos parques nacionais para custear uma fração da fatura total.
Entretanto, a parada prometida foi reduzida para minimizar os eventuais danos que tanques militares poderiam sujeitar estradas e pontes. O próprio foi obrigado a admiti-lo.
“Temos de ter cuidado com os tanques porque as estradas tem a tendência de não apreciar suportar tanques pesados, por isso vamos colocá-los em certas áreas. Mas vamos ter os mais recentes tanques Sherman e Abrams”, disse. Segundo a CNN, os tanques Sherman, usados na Segunda Guerra Mundial, deixaram de ser utilizados nos anos 50.