O presidente da petrolífera francesa Total, Patrick Pouyanné, e o Presidente moçambicano Filipe Nyusi acordaram, Segunda-feira, num novo reforço da segurança em redor do empreendimento de gás natural localizado na península de Afungi, no distrito de Palma, em Cabo Delgado.
A petrolífera francesa esclareceu que a revisão do memorando de entendimento com o governo moçambicano para a operacionalização de uma força conjunta com o exército nacional para protecção do projecto assinado em 2020 reflecte o aumento das actividades na fase de construção e a mobilização de uma maior força de trabalho com vista a garantir a manutenção das datas do início de exploração previsto para 2024.
Uma fonte próxima do executivo moçambicano confirmou que o acordo agora revisto prevê um reforço das medidas de segurança na região e, para tal, a Total e o governo estão em sintonia.
Há três anos que grupos rebeldes aterrorizam a província de Cabo Delgado perpetrando actos de violência que provocaram uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas. Em 2020, os ataques aumentaram, aproximando-se gradualmente do recinto de construção liderado pela Total, na Península de Afungi, no distrito de Palma, levando a um abrandamento do projecto e à saída de pessoal no final do ano.
O projecto da petrolífera francesa Total é o maior investimento privado em curso em África, avaliado entre 20 e 25 mil milhões de Euros, e nele reside uma das principais esperanças de Moçambique se desenvolver nas próximas décadas.
Entretanto, paralelamente, Augusto Santos Silva, chefe da diplomacia portuguesa, inicia hoje uma visita de dois dias a Moçambique no âmbito do pedido de reforço da cooperação endereçado pelo governo moçambicano à União Europeia, em Setembro do ano passado, relativo à situação de segurança na província de Cabo Delgado.