No primeiro dia de detenção, os advogados de Michel Temer não deixaram que o ex-presidente do Brasil prestasse depoimento, apesar de isso estar agendado para esta sexta-feira. Temer passou uma primeira noite nas instalações da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde está em prisão preventiva.
Temer é acusado de favorecimento a uma empresa dirigida por um amigo próximo, o coronel João Baptista Lima. Segundo os procuradores, é um esquema que dura há 40 anos: “Comparando os contratos que foram firmados entre a empresa Argeplan e entidades públicas, é visível que houve um crescimento exponencial nas contratações nos períodos em que Michel Temer ocupou cargos públicos. Esse é apenas um braço de uma organização criminosa que tem vindo a atuar nos últimos 40 anos”, disse a procuradora Fabiana Schneider.
A investigação descobriu um esquema complexo para o pagamento de um suborno a Temer para a contratação de três empresas, entre elas a do coronel Lima, para um projeto da Eletronuclear. O sucessor de Temer na presidência brasileira, Jair Bolsonaro, já reagiu e disse que “a justiça existe para todos e cada um deve responder pelos seus atos”.
Com Temer, são dois os antigos chefes de Estado brasileiros atrás das grades. O outro é Lula da Silva, condenado por corrupção. Sobre a prisão de Temer, Lula diz que “a investigação apenas quer desviar as atenções do descrédito em que estava a cair e ninguém pode ser preso sem o devido processo judicial”.