A direcção da DStv argumenta que “nestes tipos de contratos o aumento ou a remoção de canais televisivos é estritamente normal”. E mais: afirma que nos 18 meses foram introduzidos 24 novos canais e “não houve alteração drástica nos preços”
Para quem adere aos serviços de televisão por satélite deve ter reparado que desde o dia 1 de Julho a TV Globo deixou de fazer parte da plataforma da Multichoice/DStv. Em causa está a sua passagem para a ZAP, como temos vindo a anunciar.
Entretanto, a direcção da DStv diz não se ver na obrigação de ressarcir os clientes que tenham pago subscrições de três ou seis meses, contando com o canal da Globo, alegando que o cliente paga pelo pacote e não pelo canal.
“O caso de indemnização só se verifica quando é um canal adicional, que para se ter acesso o cliente deve pagar uma taxa adicional. E, só poderíamos indemnizar os clientes caso o pacote fosse retirado por completo, o que não é o caso”, disse Arlindo Lopes, ao SE.Lopes justifica que desde o 23 de Junho o serviço de apoio ao cliente tem enviado mensagens por telemóvel e pela operadora de canal (na opção ‘Menu’) aos subscritores, a informar que o canal 528 (Globo) deixaria de fazer parte do pacote DStv. “No último ano e meio introduzimos 24 novos canais e não houve nenhuma mudança ‘drástica’ nos preços, o que foi devidamente explicado aos nossos subscritores. Nestes tipos de contratos o aumento ou a remoção de canais televisivos é estritamente normal”, alega o director-geral da Multichoice Angola/DStv.
O gestor, que falou à margem de uma conferência de imprensa que visou informar sobre as novas reestruturações da companhia, esclarece que “a empresa rege-se na base de um contracto no qual podemos introduzir ou remover canais específicos, tal como tem acontecido”.
Arlindo Lopes ressalta que face ao actual cenário, a direccção da Multichoice Angola/DStv garante que não haverá qualquer reajuste nos preços dos seus serviços. “Anualmente, fazemos uma actualização dos preços dos nossos pacotes, e isso já ocorreu em Abril”, tranquilizou Arlindo Lopes. E, assegura que o número de contractos continua em nível estável e que há muito mais para vir da DStv. A Multichoice Angola alega ter havido desejo de manter a Globo nos dois serviços (na DStv e na ZAP), mas que os termos do contrato do canal são exclusivos e o seu custo é alto, sem revelar o valor monetário.
Entretanto, a companhia garante estar a trabalhar para salvaguardar o pacote DStv (produto da marca), de forma a que “em um ano e meio se diversifique o nível do conteúdo, através da introdução de pacotes e canais (em inglês e português).
A aposta na inovação tecnológica (descodificadora Explora e serviços Box office e Catch up) é a outra aposta da empresa, visando impor-se à concorrência, razão por que houve um acréscimo de canais de novelas, programas infantis e desportivos.
O gestor destaca a introdução de novos canais como demonstração de que a empresa já vinha a trabalhar sob a perspectiva da saída da Globo. “Estamos aqui para ficar e queremos continuar a trazer mais e o melhor do entretenimento para Angola e o mundo”, afirma. Arlindo Lopes esclarece que o foco da empresa contínua a ser os subscritores, de cujas maiores preocupações e queixas garante estar atento. “Temos a preocupação de responder directamente aos nossos subscritores para que este esteja informado”, declara.
Lança canais em português
Nos últimos 18 meses a DStv lançou 14 canais em português, nomeadamente:
JimJam, Crime & Investigação (CI), Correio da Manhã TV (CMTV), Cinemundo, DStv1, DStvPipoca, DStv SóNovelas, Trace Toca, Jango Magic, Lifetime, DStv Kids, Eva e Boomerang.
O canal Telemundo foi disponibilizado no pacote DStv Fácil em Julho 2014, apesar de ter sido lançado em Agosto 2013. (semanarioeconomico.ao)