O governo da Tanzânia está ajudar os moçambicanos, que se refugiaram no país, a regressar a Cabo Delgado. A informação foi avançada pela Diocese de Pemba que está preocupada com os cidadãos que permanecem na fronteira entre os dois países, sem a possibilidade de chegar a um lugar seguro.
As autoridades da Tanzânia disponibilizaram transportes para garantir o regresso dos moçambicanos que se refugiaram no país, após os ataques jihadistas que ocorreram na vila de Palma, no passado dia 22 de Fevereiro.
A informação foi avançada pelo administrador apostólico da diocese de Pemba, Dom António Juliasse Sandramo, que está preocupada com os cidadãos que permanecem na fronteira entre os dois países, sem a possibilidade de chegar a um porto seguro.
«Fica agora a preocupação de haver na fronteira, do lado da entrada ainda muitos irmãos que não têm transporte para chegar até ao centro do distrito de Mueda», disse.
A igreja católica está a prestar assistência alimentar aos aos moçambicanos que estão a regressar, integrando-os em centros transitórios na cidade de Pemba e na vila de Mueda
«Temos a nossa escola que é intercalada também por outras organizações que levam em take away (pronto a comer), nós levamos comida quente, em panelas», detalhou.
A igreja católica tem estado a pedi às autoridades moçambicanas para devolverem a paz e a tranquilidade às população das zonas afectadas pelos ataques terroristas como a vila sede de Palma, onde já não há civis.
Este domingo o arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, apelou à solidariedade dos moçambicanos e dos países vizinhos para as vítimas da violência armada em Cabo Delgado, considerando que esta preocupação pode “minimizar o seu sofrimento”.
Também o Papa Francisco lembrou, a população de Cabo Delgado, em Moçambique, numa referência às vítimas do “terrorismo internacional”, durante a sua mensagem de Páscoa.
Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram milhares de moçambicanos a fugir das suas casas, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, segundo as Nações Unidas.