O Primeiro-ministro sudanês do período de transição, Abdalla Hamdok, que tinha sido destituído em Outubro por um golpe militar, foi restabelecido na função, após um acordo destinado a revogar a tomada do poder pelo general Abdel Fattah al-Burhan. Independentemente do acordo, os protestos continuam no Sudão, tendo sido registada a morte de um adolescente.
Numa cerimónia televisiva, a partir do palácio presidencial em Cartum, o general Abdel Fattah al-Buhran, ao lado de Abdalla Hamdok, anunciou o acordo que restabelece o período de transição civil no Sudão, interrompido pelo golpe militar de 25 de Outubro de 2021.
O acordo em 10 pontos, oficialmente rubricado durante a cerimónia, ocorre na sequência de negociações que envolveram os dirigentes sudaneses, as Nações Unidas, assim como protagonistas africanos e ocidentais. O texto restabelece Abdalla Hamdok como Primeiro-ministro de transição.
Paralelamente, o documento prevê a libertação de todos os prisioneiros políticos e o retorna do processo de transição, de forma a instituir um regime democrático no Sudão, que tinha sido iniciado após a destituição de Omar al-Bashir, a 11 de Abril de 2019, por intermédio de um golpe de Estado militar.
Abdalla Hamdok elogiou, segundo o ele, “a revolução popular” que contribuiu para o seu regresso à função de chefe de governo da transição e afirmou que a sua prioridade será pôr um termo ao derramamento de sangue no Sudão.
O general al-Buhran agradeceu Hamdok pela sua contribuição e prometeu que as “eleições livres e transparentes” serão organizadas, no âmbito do processo de transição político civil, retomado a partir de 21 de Novembro de 2021.
A União Africana, a ONU, a Suécia, bem como a Arábia Saudita, os Estados Unidos e o Egipto, que tem sólidas relações com os militares sudaneses, saudaram o acordo de Cartum.
A União Africana considerou que a retoma do processo de transição sudanês, como um passo importante para o restabelecimento da ordem constitucional no país do nordeste de África.