O conselho de administração da empresa Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) informou, em comunicado, que o aumento dos salários em 80 por cento, exigido pelos trabalhadores, é o único ponto não resolvido no caderno reivindicativo, por estar a depender do aumento da produtividade da empresa.
A informação da direcção do Caminho-de-Ferro de Luanda surge na sequência das declarações do porta-voz do Sindicato Independente dos Ferroviários de Angola, que, segundo a asministração da empresa , “não correspondem à verdade dos factos e ferem o princípio da honestidade e da transparência”.
No documento enviado ao Jornal de Angola, o conselho de administração do Caminho-de-Ferro de Luanda diz ter decidido esclarecer e informar a sociedade sobre o grau de cumprimento dos pontos constantes do caderno reivindicativo negociado entre as partes.
A empresa acentua que o aumento salarial, além de estar a depender do aumento da produtividade, vai ser feito de forma faseada e através do plano de negócios reestruturado e da aplicação do novo tarifário, a ser definido pelo Governo.
No documento, o Caminho-de-Ferro de Luanda descreveu o grau de cumprimento dos pontos constantes do caderno reivindicativo negociado entre a direcção e os trabalhadores, até hoje em greve, cujos passos foram designados e distribuídos como “pontos do caderno reivindicativo acordado e resolvidos”, “pontos do caderno reivindicativo acordados e cuja resolução está em curso” e “pontos do caderno reivindicativo acordados e não resolvidos”, sendo o aumento salarial na ordem dos 80 por cento o único ponto não resolvido.
O pagamento de subsídio de funeral já é feito a 100 por cento, como também está a ser implementado em 100 por cento, como foi acordado, o subsídio de alimentação, lê-se no comunicado da empresa de Caminho-de-Ferro de Luanda. Quanto ao subsídio de isolamento, a empresa esclarece, no documento, que ficou acordada a criação de um subsídio de instalação de 150 mil kwanzas, que vai ser atribuído aos trabalhadores que forem transferidos para zonas fora da sua área de residência.
O contrato com a seguradora “Nossa Seguros” foi assinado em Janeiro e o pagamento da apólice feito em Abril, para beneficiar 516 trabalhadores ligados às áreas operacionais. Os trabalhadores administrativos vão ser abrangidos na segunda fase, segundo o comunicado, no qual se lê que os procedimentos para os pagamentos das horas extras foram aperfeiçoados e estão a ser pagos a 100 por cento.
Quanto ao subsídio de transporte, foi acordado que a empresa continue a garantir a mobilidade por via do comboio e está a ser implementado a 100 por cento. Os prémios de percurso estão a ser pagos conforme acordado e a disponibilização de mais equipamentos de comunicação foi cumprida a 100 por cento.
Sobre o sistema de segurança, saúde e higiene no trabalho, o conselho de administração do Caminho-de-Ferro de Luanda informa que está em fase de aquisição uniformes e outros meios de segurança e higiene.
O comunicado dá ênfase ao facto de estar em funcionamento, desde a aprovação da nova estrutura orgânica da empresa, o departamento de segurança, saúde e higiene no trabalho, que tem trabalhado com as áreas da empresa no cumprimento das normas estabelecidas.
A empresa garante, por outro lado, um médico de clínica geral em tempo integral, de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 15h00, para o atendimento de casos de emergências e criou uma escala de trabalho para as consultas de especialidade no posto médico. Os medicamentos são adquiridos de acordo com a disponibilidade financeira, acentua o comunicado.
Continuam na fase de análise a progressão de carreiras e categorias de vigilantes, assentadores de via e bilheteiras; a implementação do qualificador de funções na empresa e o sistema de avaliação de desempenho, visando a promoção das carreiras.
No documento, o conselho de administração da empresa Caminho-de-Ferro de Luanda assegura que foi melhorada a dieta alimentar dos vigilantes, com o aumento de uma para duas refeições diárias. Relativamente à melhoria das guaritas das passagens de nível, o documento informa que foi feito o levantamento das necessidades, daí estar já em curso a mobilização de recursos financeiros para a sua reabilitação.