O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, afirmou, esta terça-feira, que a Sonangol tem capacidade humana e infra-estruturas técnicas pouco usadas, que podem ser mais exploradas e partilhadas com outros países africanos.
A título de exemplo da capacidade subutilizada ou mesmo mal utilizada existente em Angola, Diamantino Azevedo apontou o Instituto Superior Técnico da Sonangol, considerado de “muito bem equipado”, com perfil de algumas universidades da Europa e América.
Diamantino Azevedo fez essa intervenção no final da Mesa Redonda sobre o Conteúdo Local Africano: Revisão de Politicas e Progressos na Implementação de Conteúdo Local Africano, realizado no quadro do VIII Congresso da Organização Africana dos Produtores de Petróleo (APPO), que decorre de 16 a 19 deste mês de Maio, em Luanda.
De acordo com Diamantino Azevedo, que também é presidente da APPO, uma grande parte dos laboratórios com equipamentos modernos poucos usados está instalada na base da Sonils (Luanda).
A Sonangol é ainda detentora de vários navios para transporte de gás e crude, entre eles, dois navios sondas da última geração em funcionamento, mas por contrato, sem ter especificado a empresa.
“A orientação dada à Sonangol é de quando o contrato terminar deverá ter capacidade para fazer a gestão desses equipamentos”, sublinhou.
Outro exemplo partilhado foi o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Sonangol, bem estruturado, cujo objectivo vai ser alargado para os minerais, como para carros eléctricos, energias renováveis, entre outras iniciativas.
Acrescentou que Angola tem uma grande capacidade no ramo da metalomecânica, com realce para a Somanet, em funcionamento na província do Lobito, em Benguela.
Sobre o uso dos mais variados meios produzidos naquela província, aponta as plataformas petrolíferas que estão a ser montadas no pavilhão da Chevron, na província de Cabinda, completamente “Made in Angola”.
Segundo o titular dos Petróleo de Angola, este modelo de plataformas podem ser feitas também para outros países produtores de petróleo em África.
Outro potencial partilhado com os delegados do VIII Congresso da APPO é a fabricação de umbilicais, no Lobito, Benguela, pela empresa Anglox, que também exporta para alguns países como a indonésia.
“Creio que nós africanos somos inteligentes, mas precisamos ser mais ousados. Temos de deixar de ter ego, temos de acreditar e confiar a nós próprios”, defendeu Diamantino Azevedo, pedindo reflexão quanto à rejeição da tecnologia africana em benefício da que vem de fora.
“Vamos andar pelos nossos países, vamos visitar a capacidade que cada país tem e fazermos acordos”, reiterou, apelando ser necessário um agir conjunto.