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Sábado, Setembro 21, 2024

Soluções: Sinistralidade rodoviária

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ANTÓNIO BARROS Director Geral da Frotcom (Foto: D.R.)
ANTÓNIO BARROS
Director Geral da Frotcom
(Foto: D.R.)

A sinistralidade rodoviária tem sido apelidada por muitos responsáveis políticos, associações, especialistas e por curiosos como uma “guerra civil nas estradas”, essencialmente por ceifar aproximadamente 3.000 vidas por dia em todo o mundo, o que corresponde a cerca de 1.2 milhões de mortos e 50 milhões de feridos por ano.

A verdade é que sendo um problema que afecta substancialmente o desenvolvimento de um país e a estabilidade social, pouco tem sido feito no sentido de inverter esta situação. A prevenção é feita apenas em acções pontuais em que são apresentados resultados estatísticos do número de vítimas resultante de acidentes por excesso de velocidade e de condução por influência de alcoolemia, por vezes de uma forma muito genérica e abstracta. Contudo, o problema da sinistralidade vai muito além destas duas causas.

A segurança rodoviária constitui-se como um compromisso transversal de ordem política, económica e social, implicando uma consequente responsabilidade multissectorial que envolve uma panóplia de actores como os transportes, a segurança interna, bem como a proteção civil, justiça, saúde, engenharia automóvel, gestão de vias, entre outros.

A mortalidade rodoviária e o seu impacto económico e social denunciam uma gestão deficitária e insustentável do sistema de transportes rodoviários com elevados custos humanos e financeiros. Perante isto, é fundamental incutir na cultura os princípios de comportamento seguros a ter em conta nas estradas.

Posto isto, surge uma questão: E por onde começar? Para que as políticas, estratégias, acções e investimentos nesta área tenham sucesso, a curto e médio prazo, a primeira coisa a fazer será identificar o problema e estudá-lo. Identificar os grupos de risco como a caracterização dos condutores envolvidos nos acidentes, os comportamentos de risco para detectar em que circunstâncias ocorrem os acidentes e as infracções, e o local, dia e hora em que ocorrem os acidentes para analisar as zonas e os períodos de maior risco.

A prevenção rodoviária assenta em três pilares fundamentais: convencer os condutores da exigência da actividade de conduzir e alertar para os perigos inerentes; um maior controlo por parte das entidades da polícia obrigando estas entidades a ter conhecimento dos grupos de risco; e constranger os condutores através da aplicação de sanções perante as infracções cometidas.

No entanto, o princípio de convencer e de controlar não terão efeitos se não existir uma legislação rodoviária rigorosa. A estes três princípios acresce o da educação rodoviária que será fundamental para incutir comportamentos seguros nos actuais e futuros condutores. Contudo, deverá existir a consciência de que nenhum destes pilares poderá actuar por si só, terá de ser um projecto contínuo e conjunto para que tenha efeitos na segurança rodoviária ao longo de todo o ano.

É importante que haja uma consciencialização social perante este flagelo de modo a que os condutores entendam as possíveis consequências dos seus actos na estrada. Torna-se igualmente importante educar as gerações mais jovens para que, no futuro, sejam evitados os erros verificados actualmente.

Angola é um país em franco crescimento e o seu desenvolvimento estende-se também à segurança rodoviária, onde se luta pela implementação de medidas imediatas no sentido de melhorar estas ocorrências através da identificação do problema e da conseguinte especialização das entidades policiais da segurança rodoviária, bem como do desenvolvimento de campanhas de segurança rodoviária para condutores adultos, mas também para os jovens que serão os futuros automobilistas do país. Na realidade, não pode ser um trabalho pontual mas sim contínuo, como se tratasse de uma comunicação de operadora com produtos para o grande consumo. (jornaldeeconomia.ao)

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