O número de vítimas mortais resultantes da colisão de dois comboios – um de mercadorias e outro de passageiros – na Grécia, na noite de terça-feira, subiu para 57.
De acordo com a porta-voz da polícia, Constandia Dimoglidou, 48 feridos continuam a receber tratamento hospitalar e seis estão em unidades de cuidados intensivos.
As causas daquele que foi considerado o pior acidente ferroviário da Europa na última década continuam a não ser claras.
O responsável pela estação de Larissa, detido após o acidente, enfrenta várias acusações de homicídio e negligência, numa altura em que está em curso uma investigação judicial para apurar a razão por que os dois comboios viajavam em direções opostas na mesma linha.
O comboio de passageiros, que transportava mais de 350 pessoas, a maioria jovens, colidiu com um comboio de mercadorias em Tempi, perto da cidade de Larissa.
Os trabalhos de resgate para encontrar sobreviventes, mas à medida que avançam as horas diminui a esperança.
O país está em estado de choque e a jornada desta quinta-feira ficou marcada pela greve dos trabalhadores ferroviários, que exigem mais segurança no setor dos transportes.
Durante o dia também se registaram protestos intensos em cidades como Atenas, Salónica e Larissa. Na capital, os manifestantes envolveram-se em confrontos com a polícia.
Longas filas para doar sangue
Em todo o país formaram-se longas filas de pessoas dispostas a doar sangue para os passageiros feridos.
De acordo com a Cruz Vermelha grega, no primeiro dia da iniciativa doaram-se 270 unidades de sangue.
“Infelizmente estamos numa situação difícil e triste. No entanto, temos de reconhecer a parte bonita da humanidade e da solidariedade. As pessoas deslocaram-se para dar sangue, dar o que têm”, sublinhou Evgenia Gogou, da Cruz Vermelha grega.