A reunião da Conferência da UA, a mais alta instância da organização continental, deve abordar questões da actualidade do continente, como a situação na Líbia.
O encontro de Chefes de Estado foi antecedido, ontem, de uma reunião extraordinária de ministros, na qual Angola esteve representada pelo embaixador na Guiné Equatorial, Armando Cadete, pois o chefe da diplomacia angolana regressou, no mesmo dia, a Luanda.
No encontro de Malabo, os estadistas africanos devem também adoptar o orçamento para o exercício financeiro de 2012 e analisar o relatório intercalar da Comissão sobre a execução da decisão da Conferência relativa à transformação da Comissão da UA em Autoridade da União.
A questão financeira é um dos grandes problemas da organização. A UA depende da ajuda dos doadores para a materialização dos seus objectivos. Foi nesta esteira que o ministro angolano das Relações Exteriores defendeu, na segunda-feira, em Malabo, uma maior autonomia da organização continental.
“É necessário que se reflicta sobre a autonomização da União Africana, para que ela possa ter meios e recursos suficientes que garantam a sua autonomia. A União Africana depende, essencialmente, dos doadores porque não consegue prover o seu próprio orçamento”, afirmiou Georges Chikoti a jornalistas angolanos.
Os Chefes de Estado devem também ser informados sobre a preparação do continente para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que vai tratar das posições e estratégias comuns face aos desafios da economia verde e a gestão mundial do meio ambiente, cuja proposta foi apresentada pela República do Congo.
A Argélia propõe a participação africana na Cimeira da Assembleia Geral da ONU de 2011 sob o tema “procura de soluções para os problemas da desertificação, da degradação dos solos e da seca no contexto do desenvolvimento duradouro e da luta contra a pobreza”.
A Tunísia propõe a criação, em Tunes, de um Centro africano de Excelência em tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC).
A União Africana surgiu em 2002, sucedendo à antiga Organização de Unidade Africana (OUA). Tem sede em Adis Abeba e 54 Estado membros. Actualmente, o Chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Mbasongo, detém a presidência rotativa da organização.
Um dos convidados especiais da Cimeira dos Chefes de Estado da União Africana é o antigo Presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, quefoi nomeado pela sua sucessora, Dilma Roussef, para a representar no evento. Lula da Silva parte depois para Luanda.
Fonte: Jornal de Angola