Os dois maiores sindicatos dos agricultores franceses anunciaram esta quinta-feira a decisão de suspender os protestos e levantar os bloqueios de estradas por todo o país, avança a AP.
A decisão foi tomada após o anúncio do primeiro-ministro francês, já esta quinta-feira, de novas medidas para o sector agrícola. Os agricultores reivindicam melhores salários, menos burocracia e o fim da concorrência “desleal” do estrangeiro.
O presidente do Sindicato dos Jovens Agricultores, bem como os dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos Agrícolas (FNSEA), pediram aos seus membros para “levantarem os bloqueios”.
Gabriel Attal anunciou na manhã desta quinta-feira um pacote de 150 milhões de euros de “apoio fiscal e social” aos agricultores, acrescentando que as medidas serão detalhadas pelo ministro da Economia, Bruno Le Maire.
Perante a posição do governo, os sindicatos pediram aos agricultores que têm participado nos protestos uma “alteração no modo de ação”, convidando-os a “entrar numa nova forma de mobilização” e levantando os bloqueios.
Arnaud Gaillot, presidente do Sindicato dos Jovens Agricultores, sublinhou porém que o pedido para suspensão dos protestos aos membros foi feita com a condição de o organismo receber “rapidamente” uma nota escrita que enumere os compromissos assumidos pelo executivo.
O presidente da FNSEA, Arnaud Rousseau, também sublinhou que o “movimento não para, transforma-se”, e avisou que haverá novas mobilizações se os anúncios feitos pelo primeiro-ministro não forem concretizados no prazo de 15 dias e se não entrarem em vigor em junho, cita a agência espanhola EFE.
Ao contrário da FNSEA e dos Jovens Agricultores, a Coordenação Rural, outro dos grandes sindicatos agrícolas em França, rejeita “o levantamento dos bloqueios”, disse o secretário-geral Christian Convers, cita o Le Figaro.
Os representantes dos vários sindicatos estão a ser recebidos pelos grupos parlamentares esta tarde para discutir os problemas no setor com os deputados.