O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) de Angola denuncia casos de corrupção, amiguismo, proteccionismo e compadrio em algumas escolas públicas na gestão dos quadros contratados nos concursos públicos.
O seu secretário-geral, Admar Ginguma, disse à VOA haver concorrentes aprovados nos últimos concursos que nunca foram às escolas onde foram colocados, “mas recebem os salários integralmente por, alegadamente, gozarem de protecção por parte dos gestores escolares”.
Segundo Ginguma, muitos professores contratados tiveram direito a bolsas de estudo e mantiveram os seus ordenados, enquanto outros têm a liberdade de escolher os horários de trabalho que lhes convêm.
“E nós, enquanto sindicato, não decidimos nada, apenas denunciamos quando as coisas chegam aos extremos”, disse secretário-geral do Sinprof, quem revelou ainda que muitos responsáveis não têm qualquer formação em gestão escolar e alguns são recrutados apenas por simpatia partidária.
“Há problemas de gestão de quem traça as políticas e ao nível de gestão escolar”, afirmou Admar Ginguma, para quem a persistência destes vícios põe em causa a boa gestão escolar e os planos e os programas do governo gizados para o sector da Educação.
O sindicalista fez estas declarações a propósito da abertura de um novo concurso público para o ingresso na Educação.
Em nota enviada às redacções na semana passada, o Ministério da Educação fez saber que prevê recrutar, nos próximos tempos, 7.500 novos profissionais, entre educadores de infância e professores para o ensino primário e secundário.
Os termos do concurso público, segundo a nota, obedecem às normas estabelecidas no despacho conjunto dos ministros das Finanças, Educação e da Administração do Território e demais legislação aplicável.
O Ministério de tutela ainda não reagiu à denúncia do Sinprof.