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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Sindicato dos Médicos acusa MINSA de abandonar negociações e mantém decisão de avançar para greve a partir de segunda-feira

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O Sindicato Nacional dos Médicos Angolano (SNMEA) diz-se desrespeitado pelo Ministério da Saúde (MINSA) e revela que altos representantes da ministra na mesa das negociações preferiram abandonar o diálogo esta quinta-feira, 2, para atender a um convite de um programa da Televisão Pública de Angola.

O processo de negociações visa um entendimento para que a classe não entre em greve no próximo dia 6 de Dezembro, conforme anunciou o SNMEA no mês passado.

“Abandonaram a reunião para irem a um programa de televisão. O secretário de Estado, Leonardo Inocêncio, também abandonou a reunião para ir representar a ministra numa actividade”, contou esta sexta-feira, 3, ao Novo Jornal, o presidente do SNMEA.

Adriano Manuel lamentou o facto e diz não entender porque razão o Ministério da Saúde não quer negociar.

“Não se pode compreender como é que diante de uma negociação, quadros seniores do MINSA abandonam o encontro, como se não houvesse mais ninguém no ministério para continuar os trabalhos. É, de facto, uma autêntica falta de respeito”, afirmou o líder sindical.

Segundo Adriano Manuel, das revindicações apresentadas nenhuma ainda foi ultrapassada.

Ele preferem que entremos em greve do que ter de conversar para se ultrapassar os problemas, prossegue Adriano Manuel.

“Não há mesmo vontade do Governo em negociar e isso é incrível”, assegura.

Conforme o presidente do SNMEA, no primeiro dia das negociações, na quarta-feira, dia 1, o MINSA ultrapassou a questão do primeiro ponto do caderno reivindicativo, que é o reenquandramento do presidente do sindicato, suspenso há mais de um ano das suas funções no Hospital Pediátrico David Bernardino, até ao quarto ponto.

“O Ministério da Saúde, estranhamente, apareceu no segundo dia a revogar todas as decisões e abandonou na sala. Isso surpreendeu a todos nós”, lamentou.

Adriano Manuel realçou o facto de o MINSA não respeitar a lei sindical, sob o olhar consciente do gabinete jurídico do ministério, cujo responsável assegurou que a proposta de resolução dos problemas pode não ser aceite pela ministra.

“Isso mostra claramente que a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, não está sensível para negociar. Ela nunca se reuniu connosco! Foi o sindicato quem procurou o MINSA para conversar”, lamentou.

Esta quinta-feira, 2, o seu secretário de Estado para a área hospitalar, Leonardo Inocêncio, participou no encontro mas acabou por abandonar a reunião, alegadamente para representar a ministra numa outra actividade.

“Infelizmente não se chegou a consenso absolutamente nenhum sobre os pontos do caderno reivindicativo que apresentámos”, salientou Adriano Manuel ao Novo Jornal.

Sobre este assunto, o Novo Jornal contactou o gabinete de comunicação institucional e imprensa do Ministério da Saúde. Uma fonte deste ministério, que não quer ser identificada, confidenciou que a titular do MINSA orientou os membros que participaram no encontro com o sindicato dos médicos a não faltarem ao programa da TPA, mas garantiu que as negociações com os médicos vão continuar na próxima semana.

O SNMEA reclama por aumento salarial, melhorias de condições laborais e o reenquadramento do médico Adriano Manuel, suspenso há 18 meses pelo MINSA.

Segundo o sindicato, os serviços mínimos estarão salvaguardados nos bancos de urgência e cuidados intensivos.

O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola convocou uma greve geral em todas as unidades sanitárias públicas do País de 6 a 10 de Dezembro.

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