O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve o gangue que a 09 de Agosto assaltou, com grande aparato e violência, como o demonstram os vídeos que chegaram às redes sociais de forma viral, uma viatura de caixa aberta, na Via Expressa, em Luanda, que transportava 58 milhões de kwanzas pertencentes a uma empresa de venda de bebidas, assassinado um segurança. Meliantes gastaram parte do dinheiro roubado a pagar a quimbandeiros para garantir “protecção”.
Este gangue, composto por 10 indivíduos, que se faziam transportar em motorizadas, todos de nacionalidade angolana, segundo contou ao Novo Jornal o superintendente Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC-Geral, actuaram em conluio com um segurança da empresa de segurança que fazia o transporte dos valores para serem depositados num banco da cidade de Luanda.
Ainda segundo o SIC, o gangue estava a par do protocolo existente entre a empresa de segurança e o armazém de bebidas e que consistia no transporte do dinheiro todas as segundas-feiras.
O assalto foi arquitectado e executado pelos 10 indivíduos que, durante a acção, mataram o motorista da viatura onde estavam os 58 milhões Kz, com tiros de Kalashnikov (AK-74), tendo, de seguida, rumado para a província de Benguela, onde são residentes.
Um dos assaltantes foi morto durante o assalto e na sequência de uma troca de tiros com os seguranças da empresa que transportava o dinheiro.
O SIC apurou ainda que o grupo se reuniu, horas antes do assalto, num local próximo do armazém onde o dinheiro foi colocada na carrinha de transporte de valores, para arquitectar o assalto.
Os elementos do Departamento de Operações do SIC recuperaram, na operação de captura do gangue, 1 milhão Kz, apreenderam diversas motorizadas, telemóveis, duas armas de fogo.
Após a captura, os indivíduos confessaram a autoria do assalto, tendo ainda confessado que parte do dinheiro roubado foi usado para pagar os serviços de diversos quimbandeiros (feiticeiros) a quem entregaram quantias entre os 150 mil e os 200 mil kz de forma a garantir que não seriam detidos.
A parte mais substancial do dinheiro foi aplicado na compra de habitações em Benguela e no Cubal, motas, roupas e bebidas.
Ainda segundo o superintendente Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC-Geral, os 10 detidos eram raboteiros, faziam pequenos transportes de mercadorias em carros de mão construídos em madeira, e deixaram a actividade regressando a Benguela, deslocando-se a Luanda apenas para a realização de assaltos.
Após esta operação, o SIC emitiu um comunicado onde faz uma advertência aos empresários no sentido destes usarem sempre os meios adequados para o transporte de valores. E um aviso aos meliantes: “Cuidado porque o crime não compensa!”.