A OPEP+ parece ter motivos pata festejar, já que os preços do petróleo Brent mantêm-se acima de US$ 85 por barril.
Mas o aumento mais recente no preço do petróleo não é graças aos membros da OPEP+ que falharam continuamente em cumprir com seus cortes de produção. O rali de preços foi o resultado de sinais de forte demanda e preocupações com o fornecimento durante a temporada de furacões.
A superprodução em alguns membros da OPEP+ — principalmente Iraque, Cazaquistão e Rússia — continua sendo um problema para a aliança, que tem planos provisórios para começar a aliviar parte dos cortes voluntários no quarto trimestre deste ano, se as condições de mercado permitirem.
O maior produtor e líder de fato da OPEP, Arábia Saudita, busca liderar pelo exemplo e continua a cumprir a sua promessa de bombear 9 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo bruto. Mas outros produtores da OPEP+, incluindo o segundo maior da OPEP, o Iraque, não cumpriram os cortes atuais, apesar de prometerem continuamente que mostrariam mais disciplina no futuro.
A OPEP deu aos incumpridores até setembro de 2025 para compensar a sua superprodução nos últimos meses. Não houve nenhum sinal de que o Iraque e o Cazaquistão conseguiram reduzir a sua respetiva produção para as quotas atribuídas, muito menos compensar a superprodução anterior.
A falta de conformidade em alguns membros da OPEP+ sinaliza que a luta de anos do grupo para controlar os incumpridores ainda não acabou. Também envia um sinal pessimista ao mercado de petróleo – alguns dos cortes de produção estão apenas no papel porque vários produtores não estão a cumprir com os cortes acordados no seio da organização.
A julgar pelos dados de produção mais recentes da OPEP e pelas pesquisas da Reuters e da Bloomberg, nem o Iraque nem o Cazaquistão conseguiram reduzir a produção aos níveis prometidos.
A pesquisa mensal da Reuters mostrou esta semana que a produção de petróleo da OPEP aumentou em junho pelo segundo mês consecutivo, devido à maior produção da Nigéria e do Irão.
A Rússia também prometeu atingir a sua meta de produção de petróleo em junho, após exceder em maio a meta de produção no acordo da OPEP+.