O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira, 26, a juíza Amy Coney Barrett para o Supremo Tribunal.
Como esperado, foram 52 votos a favor e 48 contra, dos quais 47 democratas, que tiveram o apoio de uma senadora republicana.
A oposição democrata argumentou, sem sucesso, que a nomeação de Barrett era uma manobra para que republicanos ampliarem a maioria de juízes conservadores no órgão supremo da justiça americana e que o Presidente a ser eleito no dia 3 escolhesse a juiza para vaga deixada pela morte de Ruth Bader Ginsburg no mês passado.
Os republicanos tiveram outro entendimento e apoiaram a decisão do Presidente Donald Trump.
Barrett passou nas últimas semanas por várias audiências no Senado.
Logo a seguir à votação no Senado, a juíza foi empossada na Casa Branca, numa cerimónia em que o Presidente Donald Trump agradeceu aos senadores republicanos pelo processo que permitiu a nomeação da juíza,
“Hoje, a juíza Barrett é a primeira mulher mãe de crianças em idade escolar a ocupar o Supremo Tribunal”, destacou Donald.
Em seguida, a juíza prestou juramento diante do juiz Clarence Thomas, o mais antigo do Supremo Tribunal.
Ao discursar, a magistrada disse que o trabalho de uma juíza se difere da actuação do senador porque, enquanto o parlamentar elabora políticas a partir de suas convicções, um juiz não pode agir da mesma forma.
“Eu vou fazer o meu trabalho sem medo ou favorecimentos, e vou fazer isso de maneira independente dos outros poderes políticos e de minhas próprias preferências”, prometeu Barrett.
Com a nova juíza, serão seis conservadores contra três liberais.
A juíza
De 48 anos de idade e mãe de 7 filhos, sendo dois adoptados, Barrett é católica e tende a ter visão conservadora em temas como a legalização do aborto, casamentos homossexuais e cuidados de saúde.
Ela trabalhou para Antonin Scalia, juiz do Supremo Tribunal, falecido em 2016 e a quem a juíza considera um mentor.
Ele também era católico e considerado uma das vozes mais proeminentes do conservadorismo americano no tribunal.
A juíza ocupou Tribunal de Apelações do 7º Circuito de Chicago, cargo para o qual a magistrada também recebeu indicação de Trump.