A consultora Fitch Solutions alerta que a produção de petróleo em Angola pode cair quase 20 por cento até final da década, descendo dos 1.277 milhões de barris diários actuais para para um milhão de barris, se não forem feitos novos investimentos no sector.
A previsão está nota enviada aos investidores na qual os analistas justificam a sua leitura com o abrandamento das reformas em Angola e às mudanças das companhias durante a pandemia.
“Desde 2018, as reformas no gás e petróleo abrandaram e as companhias precisam agora de sinais concretos de mudança para desbloquearam investimentos substanciais para o sector de ‘upstream’ [busca e exploração de poços de petróleo] de Angola”, escrevem os especialistas, acrescentando que, por isso, “o ambiente de preços mais baixo e mais incerto significa que os projectos que aguardam a decisão final de investimento estão em risco de sofrer atrasos ou serem completamente abandonados se os preços não subirem”.
Ainda de acordo com a nota, Angola “tem reservas substanciais de petróleo, mas o maior potencial de exploração está nas águas profundas e ultraprofundas, o que requer a disponibilização de investimentos de alto custo e com elevado risco”.
Entretanto, apesar da redução da produção no ano passado em 299 mil barris diários, a Fitch estima que em 2021 e 2022 a produção deve aumentar 2% e 4,2%, respectivamente.