O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou na noite de segunda-feira, 24, que as Forças Armadas Sudanesas (FAS) e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) aceitaram um cessar-fogo de 72 horas, “após dois dias de intensas negociações”.
O acordo entra em vigor nesta terça-feira, 25 de abril.
“Durante este período, os Estados Unidos exortam a SAF e a RSF a manter imediata e totalmente o cessar-fogo. Para apoiar um fim duradouro dos combates, os Estados Unidos coordenarão, com parceiros regionais e internacionais e partes interessadas civis sudanesas, a criação de um comité para supervisionar a negociação, conclusão e implementação de uma cessação permanente das hostilidades e ajuda humanitária”, lê-se na nota em que o secretário de Estado Blinken anunciou o acordo.
O conflito entre as FAS e RSF já fez pelo menos 427 mortos desde o dia 15 de Abril.
Em Nova Iorque, secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a violência num país que faz fronteira com as regiões do Mar Vermelho, do Corno de África e do Sahel “representa o risco de uma conflagração catastrófica que pode envolver toda a região e além”.
Dezenas de milhares de pessoas, incluindo sudaneses e cidadãos de países vizinhos, fugiram nos últimos dias para Egipto, Chade e Sudão do Sul, apesar da instabilidade e das condições de vida difíceis nesses lugares.
Estados Unidos e vários governos evacuaram os seus diplomatas, enquanto o Executivo de Moçambique também retirou 22 estudantes e um padre que viviam no Sudão.