VOA | Fernando Caetano
O Hospital Municipal de Saurimo,a única unidade sanitária a receber doentes com sarampo na província da Lunda Sul, recebe um enchente de pacientes, o que leva a directora Zila Santana a dizer que se trata de mais uma epidemia de sarampo.
Até agora, já morreram 59 crianças.
“Nesse preciso momento deixamos de ter surto mas sim, uma epidemia que está assolar a nossa província, dizer que os casos não só no município de Saurimo que estamos a atender. Desde o início desta doença, nós já tivemos um atendimento de 1.250 casos confirmados e todos eles positivos”.
Zilda que fala em medidas preventivas sublinhou que a atitude de certas famílias revela-se reprovável, uma vez que negam vacinar as crianças, com recurso a igrejas e curandeiros.
“Primeiro passam nas igrejas, passam nos terapeutas tradicionais, ficam a introduzir certos medicamentos que não têm nada haver com aquilo que é o tratamento que deve ser administrado”, lamenta Zilda, acrescentando que quando chegam ao hospital a situação já é grave.
Entretanto, alguns pais das crianças atingidas pelo sarampo contradizem a directora do hospital.
Eles afirmam que dirigem-se aos kimbandas e igrejas devido à morosidade no atendimento aos pacientes.
“Desde as 5 horas que chegamos com as crianças, não nos atendem, estou à espera, espera, espera e quando nós ficamos em casa, é porque estão a ficar em casa. As crianças assim vão morrer!”, lamenta uma mãe.
A ministra da saúde Sílvia Lutukuta, que esteve em Saurimo, prometeu medidas para evitar mais mortes.