São Tomé e Príncipe vai aderir ao Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, disse hoje a ministra da Justiça do arquipélago, a qual apelou à adesão “massiva” de todos os Estados Africanos “em benefício da população africana”.
“Estamos a iniciar os primeiros passos no sentido de oferecer aos cidadãos são-tomenses a possibilidade de quando não considerados ou devidamente acautelados os seus direitos nas instâncias judiciais nacionais, poderem ter acesso a uma outra instância regional, fazendo votos que essa corrente seja bem sucedida ao nível de todo o continente africano”, disse Ilza Amado Vaz.
A ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos de São Tomé e Príncipe sublinhou que já “foi dado o mandato” ao gabinete dos Direitos Humanos, enquanto ponto focal junto ao Tribunal Africano, para prosseguir com o processo de adesão.
A ministra admitiu que “esse é um processo longo”, mas assegurou o empenho do país em iniciá-lo.
“É uma caminhada e há um engajamento tanto dos órgãos do poder judicial, da sociedade civil e que caberá efetivamente ao Governo iniciar o processo para avançar com a ratificação do protocolo”, assegurou Ilza Amado Vaz.
A governante falava num seminário promovido por uma missão do Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, chefiada pela presidente da instituição que esteve em São Tomé durante cinco dias para sensibilizar as autoridades nacionais a aderirem ao tribunal.
O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) são-tomense, Silva Gomes Cravid, que fez a abertura do seminário, referiu que, dos 55 países africanos, 34 Estados ratificaram o protocolo do Tribunal Africano, mas “apenas oito depositaram a declaração a reconhecer a competência do referido tribunal”.