O grupo farmacêutico Sanofi anunciou nesta quinta-feira (27) o início da fase 3 dos testes para seu projeto de vacina contra a Covid-19, desenvolvido com o laboratório britânico GSK. O lançamento do produto está previsto para o final de 2021.
O comunicado divulgado pela empresa lembra que o imunizante, que chegaria ao mercado com meses de atraso em relação aos concorrentes, tiveram bons resultados na chamada fase 2, que testa o produto em centenas de pessoas. A vacina provocou a produção de anticorpos na maior parte dos participantes que recebeu apenas uma injeção.
Os testes em grande escala que começam hoje, entretanto, são considerados os mais importantes para validar o produto, que será administrado em 35 mil pessoas de vários países, entre eles os Estados Unidos. A GSK fornece o adjuvante para a fórmula. Se os resultados forem favoráveis, o laboratório francês, que já prepara a produção da vacina, espera obter uma aprovação de seu uso pelas autoridades sanitárias no quarto trimestre.
Isso significa que, na melhor das hipóteses, a vacina será lançada cerca de um ano depois das primeiras vacinas distribuídas no mundo contra a Covid-19, como as pioneiras Pfizer e Moderna, que utilizam a tecnologia do RNA mensageiro e “ensinam” o corpo a se proteger do coronavírus.
Proteína recombinante
O imunizante da Sanofi utiliza a mesma tecnologia usada pela empresa na vacina contra a gripe comum, mas a proteína do vírus da gripe foi substituída pela Spike, presente na superfície do SARS-Cov-2 e usada para penetrar nas células humanas, incluindo as pulmonares.
O atraso no desenvolvimento da vacina, explicou Olivier Bogillot, CEO da farmacêutica no início do ano, se explica por uma “escolha racional”. O grupo optou por uma tecnologia mais conhecida, da chamada proteína recombinante – uma alternativa considerada mais prudente se comparada às pesquisas envolvendo as vacinas de RNA mensageiro.
Outro motivo é a realização de estudos complementares em maiores de 65 anos. A empresa também testa um outro produto a base de RNA, mas a pesquisa ainda está no início. O imunizante, que poderá ser utilizado principalmente como dose de reforço se a vacinação for anual, também será testado contra variantes como a sul-africana, que possui mutações que podem driblar o sistema imunológico.