Reuters | Belén Carreño e Ingrid Melander
O Parlamento espanhol rejeitou a tentativa do líder socialista Pedro Sánchez para que fosse confirmado como primeiro-ministro nesta quinta-feira, colocando o país a caminho do que pode ser sua quarta eleição nacional em quatro anos.
O fracasso de Sánchez em conseguir um acordo para a coligação que ele precisava para se manter como primeiro-ministro destacou o quão tenso e fragmentado o cenário político da Espanha tornou-se, e não há garantia de que uma nova eleição corrija isso.
O político de 47 anos em teoria tem até meados de Setembro para conseguir o apoio do Parlamento. Mas os socialistas disseram neste mês que desistiriam caso ele não conseguisse a confirmação em Julho.
“Quero ser o primeiro-ministro da Espanha, mas não a qualquer preço”, disse Sánchez a parlamentares antes da votação, acrescentando que o partido de extrema-esquerda Unidas Podemos, com o qual ele esperava formar uma coligação, fez exigências inaceitáveis.
“Se para me tornar primeiro-ministro eu preciso desistir de meus princípios, se eu precisar formar um governo sabendo que não será útil para o país, então não será feito agora.”
Sánchez não disse qual seria seu próximo passo.
Se ele se decidir contra uma nova tentativa, ou buscar o apoio do Parlamento novamente e não for bem-sucedido, uma eleição será realizada no dia 10 de Novembro.
Os socialistas venceram uma eleição antecipada em Abril, mas não conseguiram a maioria absoluta no Parlamento.
Sánchez perdeu a votação desta quinta-feira por ampla margem, recebendo o apoio apenas dos 123 parlamentares socialistas e um da Cantábria. Todos os demais se abstiveram ou votaram contra ele.