Esta é uma das conclusões do Conselho para a Produtividade, constituído pelo Governo, para analisar os motivos da fraca produtividade em Portugal. A falta de qualificações dos empresários é um dos obstáculos à eficiência dos trabalhadores.
Desde os anos 2000 que o crescimento da produtividade em Portugal desacelerou. A produtividade cresceu 13,3% em Portugal no conjunto dos últimos 18 anos – abaixo da média europeia.
Quando aconteceu a globalização, Portugal não conseguiu acompanhar essa mudança que aconteceu no mundo. E desde a crise económica que este ritmo de crescimento travou a fundo.
O Conselho para a Produtividade, coordenado pelos Ministérios das Finanças e Economia, aponta várias razões. A emigração de mão-de-obra qualificada nos tempos da crise, o crescimento do setor dos serviços, tradicionalmente considerado menos produtivo do que a indústria, e a digitalização da economia justificam esta estagnação.
Mas há outro fator crítico: os salários. O relatório do Conselho para a Produtividade conclui que os trabalhadores são mais produtivos quando têm salários mais altos. E não só.
O relatório diz que a falta de qualificações dos empresários afeta a eficiência da empresa, assim como os critérios de escolha dos gestores, muitas vezes feita com base nas relações familiares e de amizade e não pelo percurso profissional – uma consequência do retrato empresarial português.
O ministro da Economia não tem dúvidas de que, para a economia crescer mais do que tem crescido, precisa de um empurrão da produtividade. E diz estar consciente do que deve ser feito.
Está feito o diagnóstico. Resta agora ao governo e aos empresários escolherem os caminhos da eficiência.