De acordo com a responsável que representou a SADC, na reunião ministerial sobre o Corredor do Lobito, a estratégia dos países que integram o projecto enquadra-se nas metas traçadas e visam fundamentalmente o desenvolvimento da região.
Para ela, o desenvolvimento da região passa, em primeiro lugar, pela interligação das infra-estruturas, com destaque para os caminhos-de-ferro, aeroportos, portos, telecomunicações e cooperação fronteiriça.
A responsável revelou que a interligação dos instrumentos económicos vai servir de mola impulsionadora do crescimento sustentável da região da SADC.
Missão
Angola consta entre os países da região cujas infra-estruturas férreas e aeroportuárias estão mais avançadas em relação à Zâmbia e à República Democrática do Congo.
Questionado sobre o apoio da SADC na construção destas infra-estruturas, Mapolao Mokoena disse que a sua organização depende de doações de parceiros internacionais, como a União Europeia, que, na sua visão, se disponibilizarem os fundos, estes serão canalizados em parte para impulsionar as obras de integração económica regional.
Crescimento na RDC
A República Democrática do Congo (RDC) prevê elevar os níveis de produção de cobre e as previsões apontam para os dois milhões de toneladas por ano, até ao ano de 2017. A informação foi avançada pelo ministro dos Transportes daquele país, Justin Ngongo.
Em declarações à imprensa, durante a primeira reunião ministerial sobre o Desenvolvimento do Corredor do Lobito, Justin Ngongo disse que a medida surge para responder às necessidades do crescimento económico do país e acelerar a economia.
Segundo o governante congolês, com o aumento dos níveis de produção do cobre, a RDCongo vai precisar de infra-estruturas para escoar a produção, e o Corredor do Lobito vai jogar um papel preponderante neste processo.
Justin Ngongo considerou a parceria entre os três países oportuna, face aos benefícios que esta vai trazer para os seus povos.
De acordo com Justin Ngongo, durante o exercício 2012, aquele país registou uma produção de 500 mil toneladas de cobre sem descorar os outros mineiros.
Na ocasião, o governante da RDC recordou que até 1975, o Corredor do Lobito foi por excelência a principal via de exportação de toda a mercadoria oriunda da RDC para o resto do mundo.
Para o governante, o Corredor de Lobito consta entre as fronteiras ferroviárias mais próximas da RDC, já que dista a 1.700 quilómetros de Angola, superior a 2.500 km para a fronteira entre a RDC e com os portos de Dar-es-Salam (Tanzânia) e 3.600 km de Durban (África do Sul).
“Outro factor que nos motivou a integrar nesta parceria é a aproximação do Corredor do Lobito ao mar sem passar por várias fronteiras, à semelhança dos outros pontos”, disse.
Benefícios
Por seu turno, o director- -geral adjunto da Sociedade Nacional dos Caminhos-de-Ferro da RDC, Vicent Ngalula sublinhou que o seu país está empenhado na congregação de esforços, com vista a ligar os Caminhos-de-ferro da RDC e Angola.
Vicent Ngalula assegurou que os trabalhos de caminho-de-ferro serão desenvolvidos numa extensão 1.000 km, e compreende a construção de ramais e estação de comboio ao longo da via.
Zâmbia aposta forte
O director nacional dos Transportes da Zâmbia, Nelson Nyanan, disse que o seu país vai investir, nos próximos três anos, cerca de 500 milhões de dólares norte-americanos, para recuperar perto de 600 km de linha-férrea no troço Jimbe/Tchingola.
De acordo com o responsável, o investimento vai servir para a execução das obras da linha-férrea, a construção de ramais e estações de comboio, bem como a aquisição de novas carruagens para transportação de pessoas e bens.
A República da Zâmbia reafirmou o seu compromisso em colaborar com o Executivo angolano e da vizinha República Democrática do Congo para, em conjunto, rumo a uma nova dimensão económica entre os três países.
Para o governo da Zâmbia, a cooperação vai facilitar a entrada das mercadorias dos países membros, que integram o Corredor do Lobito para o mercado interland.
O forte interesse da Zâmbia em reabilitar o seu caminho-de-ferro, que liga a região Norte e o Leste, zonas com um forte potencial na exploração mineira, especialmente o cobre.
O troço vai permitir igualmente a exploração e transportação das minas de Consangi, sem descorar o gigante mineiro da região do Mwana, na província Ocidental, num investimento de 1,7 milhões de dólares norte-americanos, projecto que liga as fronteiras da RDC e Angola. ANDRÉ SIBI, enviado especial no Lobito
(Jornal de Economia & Finanças)