Correio da Manhã
Rui Rio voltou a afastar a hipótese de liderar uma geringonça com partidos à direita do PSD após as legislativas.
Num almoço-debate da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, o líder do PSD não podia ser mais claro quando foi questionado sobre essa possibilidade.
“À direita, nunca pode haver uma geringonça em que eu seja o líder, porque à direita tem de ser uma ligação consistente e com sentido”, disse Rio com Paulo Portas na plateia. “Somar 116 deputados só com sentido estratégico”, afirmou o presidente social-democrata, deixando o recado ao CDS de Assunção Cristas.
Rio criticou ainda a solução formada à esquerda nos últimos quatro anos, sublinhando que “uma geringonça é algo mal amanhado que, no caso da esquerda, foi concertado apenas para haver uma maioria parlamentar e que não tinha um programa estratégico”.
Perante uma plateia de empresários e onde Portas foi um dos anfitriões, o líder do PSD revelou ter um “olhar muito crítico” sobre a atuação do Banco de Portugal como regulador.
“Se tivesse estado atento, se tivesse sido mais independente do próprio sistema, nunca teríamos chegado à situação a que chegámos na banca, para não falar só no BES”.
Pormenores
Paulo Portas ouviu debate
Paulo Portas, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa e antigo líder do CDS, almoçou na mesa de honra, ao lado de Rui Rio.
O líder do PSD esteve na iniciativa acompanhado por José Silvano, secretário-geral, e Maló de Abreu, vogal da direção.
Cavaco Silva recordado
As declarações do antigo Presidente da República sobre a solidez do BES pouco antes da derrocada foram recordadas por Rio ao afirmar que o Banco de Portugal não estava ciente do problema quando disse que o GES estava mal e o BES bem.