O Governo francês não abre mão. Até, pelo menos, meados de Fevereiro, mantêm-se encerrados os restaurantes, os bares, os cinemas, os teatros e fica suspensa também a prática desportiva em recintos fechados entre outras actividades culturais e desportivas.
Esta decisão prende-se com o elevado número de casos positivos e de mortos de Covid-19. Desde o segundo confinamento em França, rara foi a vez em que o número de casos esteve abaixo dos 5 mil, valor de referência do Presidente Emmanuel Macron para reabrir todas as lojas e actividades. O número de mortos também esteve sempre acima dos 100 diários.
O culpado ideal desde Março, o sector que fecha o mais rapidamente quando o número de infectados aumenta, é a restauração.
Apesar das ajudas do Estado e de uma actividade mínima para entregas ou de comida para levar, não é raro ver um restaurante ou um bar fechar definitivamente ou declarar falência nestas últimas semanas. Encargos fixos, créditos bancários em curso ou ainda o pagamento de rendas são os factores que levam muitos empresários a desistir.
No entanto, neste mar de dificuldades diárias, alguns empresários atrevem-se em apostar no arranque de um projecto na restauração. Na Região Parisiense, dois empresários pretendem abrir um restaurante em Limeil-Brévannes, o «Bretelles Blanches».
O Chefe deste estabelecimento será Rui Cardoso, inactivo há praticamente um ano. Após ter ficado desempregado, na sequência da falência do restaurante em que trabalhava, o cozinheiro português está no fundo de desemprego e só espera pela luz verde do Governo para começar a cozinhar.
Em entrevista à RFI, o Chefe Rui Cardoso explicou-nos o projecto arrojado com que deve iniciar em 2021, abordando também a actual conjuntura que, no seu entender, deverá manter-se pelo menos até Março, no melhor dos casos.
A 20 de Janeiro o Governo do Primeiro-Ministro francês Jean Castex vai novamente abordar a situação sanitária e as novas medidas a adoptar: um abrandamento das medidas ou ainda novas restrições. Por ora os restaurantes estão encerrados ao público, funcionando apenas em «take-away» ou por entregas.