Em vida eram presenças assíduas nos programas de entretenimento da RTP, radiotelevisão portuguesa. O programa Conversas ao Sul lembrou-se disso e fez publicamente uma homenagem aos dois ícones da música popular angolana. Waldemar Bastos chegou a apresentar um programa na RTP durante uma temporada, contracenando na ocasião com gratas figuras da cultura lusófona.
Carlos Burity viu as portas da RTP a abrirem-se em vários programas do apresentador português Júlio Isidro, por ocasião do lançamento do seu primeiro LP Angola Ritmo, sob a responsabilidade do editor e jornalista guineense João de Barros, quer noutros momentos do referido programa televisivo, aquecendo com a sua magnífica voz, as tardes portuguesas, na magia do semba.
CONVERSAS AO SUL NUMA HOMENAGEM A WALDEMAR BASTOS E CARLOS BURITY, ETERNA SAUDADE -RTP – YOU TUBE 2020
Com este gesto do programa “Conversas ao Sul” ficou provado que o semba e a trova angolanas representam de facto o canto livre de Angola, nas vozes de Waldemar Bastos e Carlos Burity, cujo desaparecimento ocorreu dolorosamente num intervalo de 48 horas, por motivo de doença.
Waldemar Bastos conquistou Lisboa em 1983, proveniente do Brasil, com o álbum “Estamos juntos”, com as participações de luxo de Chico Buarque da Holanda (Lalipó Lubango”, Martinho da Vila, João do Vale e outros.
Carlos Burity aparece na mídia portuguesa em programas de entretenimento, a mostrar um projecto a solo, sob custódia do editor guineense João de Barros, que o descobre em Luanda, a animar as noites, em unidades hoteleiras. O álbum Angola Ritmo constituíu a rampa de lançamento de uma carreira recheada de sucessos em CD, retratando um artista de enormes qualidades técnicas no semba de raíz, estilizado em nobreza de conceitos, com instrumentos clássicos, que reforçaram a beleza e pujança do ritmo que nasceu nos bairros pobres de Luanda.
Aos dois intérpretes de primeira linha Angola tem de agradecer pelos feitos na projecção e universalização da sua música, com eterna saudade!