Os restos mortais do antigo dirigente e co-fundador do 1º de Maio de Benguela, Rui Araújo, vão a enterrar na próxima terça-feira (10), no cemitério velho da Camunda, arredores desta cidade, soube a ANGOP.
Rui Araújo faleceu no sábado, aos 87 anos de idade, por doença, na cidade de Benguela.
As cerimónias fúnebres do antigo vice-presidente dos campeões nacionais em 1983 e 1985 começam durante a manhã de hoje, no Pavilhão do 1° de Maio, onde vai acontecer o velório, na presença de familiares, atletas, direcção, ex-desportistas, adeptos e outros cidadãos.
Por volta das 14 horas de terça-feira, o carro fúnebre contendo os restos mortais de Rui Araújo desloca-se em cortejo para o cemitério velho da Camunda.
Em declarações à ANGOP, o director-geral da agremiação mais titulada da província de Benguela no Girabola, Manuel Puna, garante estar tudo a postos para a realização de um funeral condigno, à altura da figura do falecido Rui Araújo.
“Estão criadas as condições e queremos nos despedir daquela forma que ele sempre gostava: em festa”, frisou.
Anunciou a presença da grande família do 1° de Maio de Benguela, nomeadamente os atletas da nova geração, os antigos campeões das edições de 1983 e 1985 do Girabola, como Sarmento, Daniel, André Zuzi, além dos clubes locais como o Sporting, Nacional e Académica do Lobito.
Estátua de Rui Araújo à vista
A ideia da construção de uma estátua, na sede do clube, para homenagear Rui Araújo, merece, para já, bom acolhimento da parte do director-geral dos proletários.
“Perdemos um impulsionador do clube, que tinha uma maneira especial de unir sinergias dos benguelenses à volta da nossa formação”, lembrou, admitindo que a direcção concorda com essa ideia, porque o malogrado era o 1° de Maio em pessoa.
Com a construção de uma estátua, Manuel Puna acredita que seria mais prático transmitir o legado do malogrado às novas e vindouras gerações.
Campeão pelo 1° de Maio em 1983 e 1985, Fuso Nkosy lamenta o desaparecimento físico de Rui Araújo e fala de uma enorme tristeza a abalar toda massa associativa.
“Ele foi um pai para nós e foi quem nos recebeu, aqui, em Benguela, quando viemos do ex-Zaíre (actual Congo Democrático), em 1983”, recordou, assumindo ser o único sobrevivente em Benguela do grupo de veteranos, que também integrava Sarmento e André Zuzi.
Fuso Nkosy lamenta que a morte tenha interrompido o sonho de Rui Araújo de colocar novamente o 1° de Maio na primeira divisão e ainda sugere que o seu nome seja atribuído à sede do clube.
Já Morgado Paulo, responsável da claque proletária, considera que o 1° de Maio de Benguela perdeu um dirigente carismático que sempre esteve disponível para a colectividade desportiva, fossem quais fossem as dificuldades.
O jornalista Joaquim Lázaro encoraja a direcção do 1° de Maio a avançar com a ideia de se fazer uma estátua, já que Rui Araújo foi co-fundador do clube e uma figura de destaque na província de Benguela.
Águas da Silva, treinador do Sporting de Benguela e antigo jogador formado nas hostes do 1°de Maio, ressaltou o sentimento de tristeza de todos os desportistas na província de Benguela e do país.
“Rui Araújo é um símbolo do desporto nacional. Perdemos uma enciclopédia que será lembrada para sempre”, afiançou, falando com nostalgia dos tempos em que trabalhou com o Rui Araújo, primeiro, como atleta na formação e, depois, como treinador.
Dirigismo desportivo
O presidente da Associação Provincial de Futebol de Benguela descreve Rui Araújo como uma pessoa de resposta rápida em qualquer situação, ao mesmo tempo que exalta o seu dirigismo desportivo.
Para ele, Rui Araújo será lembrado como um eterno dirigente do 1° de Maio, mas também vice-campeão de África.
“Para mim, foi um dos melhores gestores desportivo do país “, disse, visivelmente triste.
Segundo ele, Rui Araújo deixa um legado na formação de pessoas e como um “guru”do futebol, com as suas artimanhas para manter a equipa na elite do futebol.
Sob liderança de Rui Araújo, em 1994, o 1º de Maio de Benguela chegou à final na terceira edição da antiga Taça das Taças de África, vencida pelo Seguro Bendel da Nigéria.
Rui Araújo esteve presente nos maiores feitos do 1° de Maio de Benguela, como campeão nacional em 1983 e 1985 e vencedor da Taça de Angola, nos anos 1982, 1983 e 2007. JH/CRB