As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique capturaram três homens próximos do líder do grupo dissidente da Renamo, Mariano Nhongo. A Renamo lembra que “sempre se distanciou do movimento da Junta Militar” e que não “apoia o uso de armas para se fazer valer”.
“Depois de a Junta Militar da Renamo ter atacado no dia 11 de Dezembro, sem vítimas, as Forças de Defesa e Segurança capturaram, na zona de Mafambisse, em Sofala, três homens da junta, sendo um ajudante de campo de Mariano Nhongo e outros dois seus cozinheiros”, anunciou o chefe de Estado, Filipe Nyusi.
Segundo o Presidente moçambicano, os três homens capturados confessaram que fazem parte do grupo dissidente da Renamo, o principal partido da oposição do país, acusado de protagonizar ataques armados no centro de Moçambique.
“Os jovens as Forças de Defesa e Segurança continuam no terreno a vasculhar o inimigo”, declarou Filipe Nyusi, lembrando que as tentativas de negociar com a Junta Militar da Renamo fracassaram.
O Porta-voz da Renamo, José Manteigas, sublinhou que a Renamo sempre se distanciou do movimento da Junta Militar, “o Presidente Ossufo Momade e a Renamo sempre se posicionaram de forma a distanciar-se deste movimento. A forma de resolver qualquer problema dentro do pas ou dentro das instituições, como é o caso de um partido político, não é usar as armas para se fazer valer”, afirmou.
“A captura destes três homens entristece-nos porque não é esta via que nós gostaríamos que pusesse fim a esta onda de contestação que surge por parte da Junta Militar”, defende o Porta-voz da Renamo. A via do grupo de Mariano Nhongo “voltar à razão seria a via desejável”, frisou José Manteigas.
A Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, exige a demissão do actual líder da Renamo, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em Maio de 2018. Um pedido é “inconcebível” para José Manteigas, uma vez que “o Presidente Ossufo Momade foi eleito democraticamente em congresso. Se são, de facto membros da Renamo, sabem que na Renamo há órgãos e é nesses órgãos que devem ser apresentados quaisquer inquietações de membros ou simpatizantes”, defendeu ainda.