O Tribunal da Relação de Lisboa não encontrou nos autos da investigação da Operação Influencer, que resultou na demissão do primeiro-ministro António Costa, “qualquer indício” de que Diogo Lacerda Machado “tenha falado, alguma vez, com o PM” sobre a construção do datacenter em Sines, de acordo com o acórdão a que a CNN Portugal teve acesso.
O tribunal diz mesmo que o nome de António Costa não foi sequer invocado em “centenas de reuniões de trabalho” que Diogo Lacerda Machado realizou com a Start Campus.
“Não há nos autos qualquer indício de que o arguido tenha falado, alguma vez, com o PM sobre o Projeto de construção e instalação do Datacenter (DC), em Sines, pela empresa Start Campus (SC); tão pouco com o seu amigo António Costa (AC). Como jamais invocou o nome do PM, ou do seu amigo AC, em qualquer das
muitas dezenas, ou mesmo centenas, de reuniões de trabalho em que participou com o Conselho de Administração e as equipas de colaboradores da SC, com outras empresas, fornecedoras de bens e serviços para aquela, e com diferentes autoridades públicas, nacionais e da União Europeia”, pode ler-se no acórdão.
Foi na sequência destas suspeitas, que a Relação diz agora não existirem, que o Ministério Público anunciou a abertura de uma investigação autónoma ao então primeiro-ministro, que entretanto baixou para o DCIAP, uma vez que António Costa deixou de ser uma alta figura de Estado.