A companhia aérea de bandeira de Angola, TAAG, volta a falar na necessidade da sua reestruturação, tendo o presidente do Conselho Executivo Rui Carreira anunciado no fim de semana que a empresa precisa mudar profundamente a sua cultura e forma de funcionamento, para se tornar numa empresa de referência no espaço regional africano.
Entre as primeiras medidas, Carreira aponta a abertura de novas rotas comerciais, a redução de custos operacionais e a renegociação de contratos a preços mais competitivos.
Estas mudanças, no entanto, estão a ser recebidas com cautela, enquanto se aponta para necessidade da descentralização da companhia, caso contrário a crise continua.
O representante sindical dos trabalhadores da TAAG, Gomes Castro, entende que a principal preocupação da sua organização em relação a estas medidas prende-se com a manutenção dos postos de trabalho dos seus filiados.
“Caso aconteça esta reestruturação e pretendam movimentar quadros, então que a mesma seja feita com cabeça, tronco e membros e sobretudo dentro dos parâmetros legais vigentes no país”, afirmou Castro
Uma preocupação que, segundo José Severino, presidente da Associação Industrial Angola (AIA) pode encontrar acomodação na descentralização da gestão da empresa.
“Em determinadas áreas, devia haver uma descentralização da gestão porque o país é grande, há propostas por exemplo de se expandir para Benguela, que pode ser uma TAAG regional, interagindo com regiões do interior por causa da existência do porto, caminhos de ferro, indústrias, pescas”, sugere Severino, para quem a actual “gestão estatal centralizada não vai resultar”.
Aquele empresário sustenta que “não podemos continuar com esta macrogestão dos negócios do país porque o país tem uma realidade objectiva que não se compadece com este modelo de gestão de países pequenos”.