O Consulado-Geral de Angola em Lisboa sofreu, no passado dia 16 de Dezembro, um ataque informático dirigido à sua base de dados, que ficou bastante danificada.
Filipe Quintas, técnico local do sector de Informática, terá dito aos seus colegas da missão consular angolana em Lisboa que se tratava de um “ataque externo e organizado por hackers”, mas fontes do Novo Jornal alegam haver fortes suspeitas e indícios de que terá sido uma acção interna, com o objectivo de apagar documentos e dados que comprometem a anterior gestão do consulado liderado durante cinco anos (2016-2021) pelo embaixador Narciso do Espírito Santo Júnior, uma vez que a actual cônsul-geral, Vicência de Brito, terá já manifestado interesse em rescindir contrato com a empresa prestadora de serviços informáticos.
Naquilo que está a ser entendido como uma clara e perfeita queima de arquivos, vários serviços essenciais do Consulado-Geral em Lisboa ficaram afectados durante mais de um mês, e só há sensivelmente duas semanas o sistema informático começou a recuperar e estando ainda em estado de “actualização e observação”. Documentos como cédula, assento de nascimento, procuração, processo de casamento, salvo-condutos, facturas e registos de pagamentos, comprovativos e outros registos contabilísticos foram completamente “apagados” do sistema, sendo que ainda não há uma avaliação total e oficial dos danos que este “apagão de dados” terá causado ao Estado angolano. Informações recolhidas no local pelo NJ dão conta que a empresa responsável pela prestação de serviços informáticos ao Consulado-Geral, a STEP AHEAD CONSULTING, não terá criado cópias de segurança back ups para a protecção de dados do sistema.
“Este ataque foi muito bem direccionado, foi propositado, porque a nova cônsul-geral quer rescindir o contrato com esta empresa de prestação de serviços de informática. Apagar tudo para não se deixar vestígios. A grande questão agora será como eles irão provar que foi um ataque externo e não uma destruição intencional de dados. E sem back ups. Tudo isto tem levado a que várias investigações internas estejam em curso. Era importante obter-se um relatório final sobre este ataque”, avança uma fonte do NJ junto da missão consular angolana em Lisboa.